Sétima noite consecutiva de protestos em França termina com 72 detidos (e uma ameaça de Macron para punir "financeiramente" os manifestantes)

4 jul 2023, 09:20

Pela primeira vez em sete noites de protestos, o número de detenções ficou abaixo dos 100

Pelo menos 72 pessoas foram detidas durante a noite desta segunda-feira em França, a sétima noite consecutiva de tumultos em França na sequência do homicídio de um jovem de 17 anos, morto a tiro por um polícia num controlo de trânsito, na terça-feira passada.

O número foi avançado esta manhã pelo Ministério do Interior, que tem vindo a acompanhar as consequências da violência nas ruas com relatórios diários. Pela primeira vez em sete noite de protestos, o número de detenções ficou abaixo dos 100 - na noite de domingo, foram registadas 157 detenções, enquanto no sábado foram registadas mais de 700 detenções, e na sexta-feira 1.300.

Esta foi também a terceira noite consecutiva em que 45.000 agentes da polícia estiveram mobilizados em todo o país, num esforço do Governo para conter os tumultos. Ao contrário da noite de domingo, na qual três agentes ficaram feridos na sequência dos protestos, na noite desta segunda-feira não há feridos a registar entre os elementos da polícia.

Mas, de acordo com aquele ministério, foram registados quatro ataques a instalações da polícia, além de centenas de incêndios na via pública que destruíram pelo menos 159 veículos.

Desde a primeira noite de protestos, cerca de 200 estabelecimentos comerciais foram totalmente pilhados e 300 agências bancárias ficaram completamente destruídas, somando danos avaliados em cerca de mil milhões de euros.

Esta terça-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, que tem sido muito criticado pela forma como tem gerido a escalada de violência no país, encontrou-se com um grupo de agentes da polícia, em Paris, para manifestar o seu "apoio" na contenção dos protestos. De acordo com jornal Le Parisien, Macron admitiu punir "financeiramente" as famílias dos menores de idade que têm provocado desacatos nas ruas 

"Seria preciso que à primeira infração conseguíssemos sancionar as famílias financeiramente de forma fácil. Uma espécie de tarifa mínima a ser paga logo à primeira infração cometida", defendeu o presidente francês, citado por aquele jornal, que adianta que o Palácio do Eliseu não anunciou este encontro com os polícias antecipadamente, tal como o fez com a reunião desta terça-feira entre Macron e os mais de 200 autarcas das localidades mais afetadas pelos distúrbios.

Os distúrbios foram desencadeados no passado dia 27 de junho quando um jovem de 17 anos foi alvejado mortalmente por um polícia num posto de controlo de trânsito.

O jovem, que não tinha carta de condução, foi atingido quando tentava evitar o controlo policial em Nanterre, arredores de Paris.

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