Saiba como tem passado Vítor Baía

9 out 2002, 23:11

Maisfutebol conta-lhe como foram os 15 dias de suspensão do guarda-redes Maisfutebol conta-lhe como foram os 15 dias de suspensão do guarda-redes.

Vítor Baía cumpriu hoje 15 dias de suspensão de toda a actividade desportiva e continua a aguardar um telefonema por parte da SAD do F.C. Porto para poder voltar a frequentar as instalações do clube e reintegrar os trabalhos da equipa. A sua situação, no entanto, está prestes a ser resolvida e, tudo indica, o guarda-redes poderá regressar já no início da próxima semana.

Nas últimas duas semanas muita coisa mudou na vida do consagrado jogador portista. Tudo começou numa entrevista concedida ao jornal «Record», em que Vítor Baía desabafa, confessando a sua incompreensão por não ser titular, depois de ter recuperado do edema que o impedia de estar a 100% no jogo com o Boavista. Nesse mesmo dia (22 de Setembro), José Mourinho quis escalpelizar as declarações perante todo o grupo, antes de uma sessão matinal à porta fechada no Centro de Treinos. Os ânimos exaltaram-se, levando treinador e jogador a trocar acusações, o que foi entendido por Mourinho como atitude menos correcta. Uma das peças soltas no ar é o facto de Baía ter forçado a ausência do jogo do Bessa e poucos dias depois ter actuado em Inglaterra pela Selecção.

A posição de Baía foi de tal forma incomportável que o treinador viu-se obrigado a comunicar à SAD o sucedido. A actuação dos administrados foi célere e a 25 de Setembro um breve comunicado anuncia a suspensão do jogador sem «perda de remuneração». A equipa continuou a sua vida, mas Baía deixou de ser convocado daí para a frente, começando logo com o Marítimo. Em pouco tempo, de titular passou a suplente (Gil Vicente), não convocado e até suspenso.

Reflexão e exercício

O dia-a-dia de Vítor Baía deixou de ser preenchido com as viagens desde a Foz, onde reside, até Olival/Crestuma, em Vila Nova de Gaia, ou até às Antas para trabalhar no clube que representa há quase oito épocas. Feito o pedido de desculpa ao treinador, colegas e administração da SAD, viu-se, porém, impedido de frequentar as instalações do clube e teve de prosseguir com um outro estilo de vida.

Os primeiros dias foram passados no Ria Park Resort Hotel, em Vale do Garrão. Uma unidade hoteleira de luxo, com a possibilidade de aluguer de «villas» num local paradisíaco e muito reservado, situado a cerca de 20 km de Faro. Um refúgio que permitiu uma maturação de ideias e tranquilização de pensamentos, nomeadamente depois da fortíssima nota de culpa entregue por parte do F.C. Porto.

Ciente da sua condição profissional e fazendo juz à dedicação que lhe é hábito, Baía nunca descurou a condição física, preparando-se para não perder o comboio quando regressar aos trabalhos normais. Isto tendo em consideração que o apuro dos guarda-redes é necessariamente diferente de um outro tipo de jogador, pois exige exercícios específicos. O trabalho é feito isoladamente.

Activo socialmente

A vida social, por outro lado, não tem sofrido alterações de maior. Vítor Baía, aliás, tem aproveitado para passar mais tempo com os seus filhos e a mulher Alexandra, complementando o tempo com passeios e algumas compras. Os amigos nunca foram descurados e é normal vê-lo jantar com caras conhecidas, nomeadamente outros jogadores, em locais públicos.

Recentemente foi visto por duas vezes em grande destaque. No passado sábado deu a cara e juntou-se à luta da Comissão de Utentes do Hospital Maria Pia para a construção do Centro Materno-Infantil do Norte, envergando uma t-shirt alusiva ao momento e caminhando pelas ruas da Boavista e do Campo Alegre ao lado dos ex-jogadores Domingos e Rui Barros, dos axadrezados Jorge Couto e Rui Óscar, bem como de Rosa Mota. Na última segunda-feira fez questão de marcar presença no Estádio Mário Duarte para ver o Beira Mar-F.C. Porto, sentando-se ao lado de Hélder Postiga, que não foi convocado.

15 dias diferentes em que Vítor Baía tem tido muito tempo para reflectir. 15 dias que não são, no entanto, suficientes para sarar as feridas que levaram a SAD a afastá-lo da equipa. Uma situação que deverá chegar ao fim no 20º dia de calvário, já na próxima segunda-feira, depois de para além de não ter participado nos jogos com o Marítimo e Beira Mar, também não ter sido incluído nas escolhas de Agostinho Oliveira para os particulares com a Tunísia e a Suécia.

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