Duas Europas

10 fev 2023, 10:58

As visitas de Zelensky, a nova ofensiva russa e o primeiro ano da guerra

Saído dos confins da guerra aqui tão perto, sem tempo a perder no combate pela independência, como um relâmpago que agita a quietude dos dias, Volodymyr Zelensky atraiu as multidões entusiasmadas e enfrentou os líderes destas, para lembrar que o combate sangrento travado pela Ucrânia garante a paz deste lado da nova cortina de ferro. Em Londres, em Paris e finalmente em Bruxelas, Zelensky foi o testemunho-vivo da linha que separa duas Europas. 

As visitas-relâmpago do Presidente ucraniano serviram assim como a recordação do preço dessas realidades contrastantes e a urgência em subir os patamares dos apoios militares, num momento decisivo em que a concentração das tropas russas desencadeou o que aparenta ser uma nova ofensiva: no leste ucraniano tudo de novo. Porque, anunciados tanques, se a Ucrânia tem pressa em receber caças para defender os seus, também a Rússia tem pressa em anunciar, aos seus, uma qualquer vitória que justifique a invasão, praticamente um ano depois. Será Bakhmut? Por enquanto resiste, tal como o Donbass que bem pode ter sido anexado mas continua a não ser russo.

Por isso, por enquanto, antes do sonho europeu, vêm as armas. “Esta é a nossa casa”, disse Zelensky, líder em guerra, no coração e na paz desta Europa, acreditando naquilo que, sonham milhões de ucranianos, algum dia será realidade, alcançada a vitória no campo de batalha. Parece tão perto, tão simples, mas há uma linha - paga com sangue - que, por enquanto, separa o presente real desse futuro sonhado. Por enquanto.

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