E. Amadora-Rio Ave, 1-4 (crónica)

14 mar 2004, 19:09

Nem os golos serviram de consolo... O Rio Ave garantiu praticamente a manutenção na Superliga e, em simultâneo, espetou mais uma farpa no condenado Estrela da Amadora, com uma vitória por 4-1.

O Rio Ave garantiu praticamente a manutenção na Superliga e, em simultâneo, espetou mais uma farpa no condenado Estrela da Amadora, com uma vitória por 4-1 que não traduz o mau futebol que se viu na Reboleira. Os quatro golos da equipa de Carlos Brito, marcados num intervalo de dezassete minutos, surgiram na sequência de erros do adversário e pouco mais há a acrescentar a um jogo que serviu apenas para oferecer uma nova dinâmica à campanha dos defensores da redução do número de equipas do primeiro escalão.

Para a história fica um péssimo jogo de futebol. O Estrela entrou em campo como o tem feito nos últimos jogos, como se estivesse a subir ao cadafalso, já com a corda ao pescoço, mas ainda com uma ligeira esperança de chegar a um final feliz que parece estar cada vez mais longe da realidade. Sem Paulo Madeira, Miguel Quaresma jogou apenas com dois centrais e com Semedo e Wesnalton bem mais recuados do que é habitual na defesa das laterais. Carlos Brito também teve de mexer no seu onze devido às ausências forçadas de Niquinha, Idalécio e Junas.

O primeiro embate deu-se na zona central e, a partir daí, viu-se muito pouco futebol. Foi raro uma das equipas conseguir fazer a bola passar por mais de dois/três jogadores. Toda a primeira parte resume-se a uma série de ressaltos, passes mal medidos, inúmeras faltas, pontapés contra o adversário, tudo isto muito longe das balizas. Foi mau demais para ser verdade. O Estrela assumia, a espaços, a condução do jogo, mas sempre de forma caótica. O único objectivo era fazer a bola chegar a Júlio César, o mais esclarecido jogador da Reboleira, mas sem qualquer método. O Rio Ave, por seu lado, limitou-se a tentar controlar o adversário e nunca arriscou muito junto à baliza de Veiga.

O intervalo chegou como um grande alívio, para os espectadores claro está, mas o segundo tempo não trouxe novidades. Nenhum dos treinadores teve imaginação para mexer na equipa e os jogadores também não promoveram nenhuma alteração de atitude. Continuou-se a jogar por impulsos, com muitos choques e pouco futebol. O pior era quando a bola era chutada por um espaço vazio e os jogadores, em vez de correrem ao seu encontro, marcavam o adversário e rezavam para que a bola acabasse por ultrapassar a linha lateral. Depois começava tudo outra vez.

Carlos Brito foi o primeiro a reagir ao marasmo, apostando em Gama para o lugar do apagado Jaime. Os reflexos foram quase imediatos. O Estrela continuava a carregar sem sentido, mas como o adversário não reagia, tinha subido todas as suas linhas e acabou por pagar por isso. Em pouco mais de quinze minutos, o Rio Ave marcou quatro golos de rajada. O primeiro na marcação de um livre, com Vandinho a acertar no poste e Paulo César a fazer a emenda, e os outros três em rápidos contra-ataques quase todos nascidos de erros crassos da equipa da Reboleira, incluindo uma enorme fífia de Marcos. O Estrela ainda salvou a honra, a cinco minutos do final, com uma cabeçada de Ibrahima.

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