A história incomum de um menino de Curitiba; passou pelo Avaí e pelo gigante carioca antes do sonho europeu. Brilha no histórico ADR Pasteleira, com Afonso Martins
2012, Rio de Janeiro. O treino começa com Julyelson de um lado e Ronaldinho Gaúcho de outro. O elenco profissional do Flamengo prepara mais um jogo da Série A, o Brasileirão. «Conheci o meu maior ídolo e nunca vou esquecer isso. Ele é ainda melhor do que parece na televisão»2015, Porto. Afonso Martins orienta a sessão de trabalho do histórico ADR Pasteleira (leia a reportagem «Amadores e Famosos»)
Não é difícil percebê-lo. O trajeto de July - como é tratado em Portugal - é absolutamente incomum. Como se passa de um gigante carioca a um orgulhoso, mas humilde, clube da Cidade Invicta, que se reergue após anos de dificuldades atrás de dificuldades?
Julyelson com a camisola do Flamengo
A resposta não é linear. As especificidades do futebol moderno no Brasil, pejado de empresários e negociatas obscuras, são uma das explicações dadas por Julyelson ao
No Mengão, Julyelson fez vários treinos com os profissionais e brilhou no Campeonato Carioca. Não foi suficiente. No início de 2013 ficou sem clube.
A salvação de Julyelson, se nos é permitido o excesso da expressão, surgiu através do NB Pantelas, um clube-empresa do Paraná, com assinalável crescimento nos últimos anos.
Rémulo Marques, diretor desportivo do Pasteleira, viajou para o Brasil e conheceu Julyelson.
Post by Paulo Cardoso.
O Pasteleira é o presente de Julyelson, mas a sua história no futebol começa muito antes. Com 12 anos já representava o Curitiba, clube da cidade onde nasceu. E de lá saltou para o Avaí.
Em Portugal, Julyelson estranha o frio, a pronúncia do português em estado puro, alguns hábitos alimentares, mas estranha, acima de tudo, os campos de futebol em terra batida. Os famosos pelados dos campeonatos distritais.
Julyelson (terceiro a contar da esquerda, em baixo) no ADR Pasteleira
Os resultados, de facto, dão total razão a Julyelson. O Pasteleira comanda o campeonato com 14 vitórias e uma derrota, 70 golos marcados e só nove sofridos. É um plantel de luxo, com óbvia capacidade para jogar em divisões superiores.
July é só mais um exemplo desse excelente nível.
«Fiz os 15 jogos e já tenho seis golos. Sou um médio criativo por natureza, mas jogo mais vezes a extremo. O meu objetivo é subir de divisão este ano com o Pasteleira e jogar na próxima temporada num clube ainda maior. Em Portugal, claro» .