O «british Beinfica» de Souness popularizou o 13 de maio nos Estádios
Caro leitor, welcomeVamos lá? Let's go?
Então e aquele tempo em que Vale e Azevedo quis ser Vale and
Antes de experimentar, ele próprio, a agitação de Londres, trouxe-a até à Luz. Braço direito? Graeme Souness, um escocês que, fora do Glasgow Rangers, colecionara insucessos e polémicas, como quando achou boa ideia colocar uma bandeira do seu Galatasaray no centro do relvado do Fenerbahce, depois de ganhar a Taça. Gerou o caos, claro. Os turcos não têm fama de simpáticos.
Adiante.
Vale e Azevedo sonhou, Souness quis e a obra nasceu. Os anos 90 não são de gratas memórias para o clube da Luz, mas o Benfica britânico será a mais profunda. Com uma peculiar visão do mercado que não passava as fronteiras da Grã-Bretanha, Souness foi trazendo para a Luz os reforços que pedia e que vinham equilibrar uma equipa que, várias vezes, criticou em público.
Scott Minto, defesa esquerdo, atual comentador em Inglaterra, nem era dos piores. Veio antes de Souness. Coincidência?
Saiu Minto, o Benfica precisava de outro lateral esquerdo e escolheu mais um britânico. Harkness, o Manel possível na altura. Até no nome que adotou para a camisola: Steve. Apenas e só. Steve poderia, no fundo, ter a alcunha de «o humilde». Era uma forma de alimentar o sonho do comum adepto, nas conversas entre bifanas: se o Steve pode, por que não nós?
Gary Charles chegou, viu e lesionou-se. Quatro jogos e o Benfica só ganhou um. Nada de especial para contar.
Muito mais há a dizer de Michael Thomas, o « Big Balls
Ainda houve Mark Pembridge, um extremo vertical até fazer a diagonal de volta a Inglaterra. Dean Saunders, quase a esgotar o prazo de validade. Brian Deane, que ainda rendeu uns cobres aos cofres da Luz. O melhor de todos, por ventura.
Pelo meio Souness. Muito Souness. Souness de mais. O homem que dizia que «infelizmente, qualquer burro tem opinião sobre futebol» não conseguiu mostrar ser assim tão diferente.
Saiu corrido a lenços brancos, depois de humilhante derrota em casa com o Boavista. Um 13 de maio na Luz que, se já era utilizado, ficou mais popular que nunca. Uma resposta de luva (ou lenço) branca a alguém que, mais do que uma vez, usou a «F-word» na direção dos adeptos, rezam as crónicas da altura.
Teve o apoio de Vale e Azevedo até ao final. Até ser insustentável. Veio Heynckes, o Benfica deixou-se de tiques britânicos mas não melhorou assim tanto, até pela frágil situação financeira. Era preciso tempo para curar as feridas.
Souness, esse, depois de voltar à sua amada Grã-Bretanha revoltou-se contra o ex-patrão: «Ele é perigoso. Mente enquanto te olha nos olhos».
A dangerous man
«Cartão de Memória» é um espaço de opinião/recordação, com pontes para a atualidade. Por vezes sério, por vezes leve. Como o futebol, no fundo. Pode questionar o autor através do Twitter.