Parlamento Europeu convida Elon Musk a testemunhar perante corpo legislativo da União Europeia

Agência Lusa , CF
20 dez 2022, 00:54
Elon Musk (Associated Press)

A Comissão Europeia já tinha alertado Musk para o risco de "sanções" da União Europeia, devido à ameaça que representa para a liberdade dos meios de comunicação social.

A presidente do Parlamento Europeu (PE), Roberta Metsola, enviou a Elon Musk uma carta a pedir-lhe para testemunhar perante o corpo legislativo da UE, anunciou esta segunda-feira o seu porta-voz.

A resposta a este pedido do Parlamento Europeu, que não tem o poder de obrigar um dos homens mais ricos do mundo a comparecer perante a instituição, não foi imediatamente conhecida.

Elon Musk, dono do fabricante de carros elétricos Tesla, entre outros, causou agitação e controvérsia após comprar o Twitter, em outubro, por 44 mil milhões de dólares.

Depois de despedir metade do pessoal da empresa, de repor a conta do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, de abandonar uma política contra a desinformação na covid-19, de proibir - e depois repor - alguns jornalistas e de bloquear brevemente referências a plataformas rivais no Twitter, atraiu a atenção dos responsáveis políticos nos Estados Unidos e na Europa.

A Comissão Europeia (CE) já tinha alertado Musk para o risco de "sanções" da União Europeia (UE), devido à ameaça que representa para a liberdade dos meios de comunicação social.

Utilizadores decidem que Musk tem de sair, mas resposta do dono do Twitter é enigmática. "Cuidado com o que desejam"

O preço das ações do Twitter baixou um terço desde que Musk comprou a plataforma e uma sondagem nesta rede social sobre a sua continuidade na empresa revelou que a maioria (57,5%) dos utilizadores defende a sua partida.

Nesta sondagem participaram 17,5 milhões de utilizadores, que votaram durante 12 horas.

Os números publicados na manhã desta segunda-feira indicam que 57,5% dos utilizadores não quer Musk ao leme do Twitter, em comparação com 42,5% a seu favor.

Musk disse que os resultados da sondagem seriam "vinculativos", mas após onze horas, ainda não oficializou a sua partida nem nomeou um novo chefe executivo e tão pouco se pronunciou sobre os resultados.

Além disso, durante a maior parte do dia desta segunda-feira, o seu relato - geralmente hiperativo - permaneceu em silêncio, e só ao fim da tarde é que retocou algumas mensagens não relacionadas com a sondagem e sem mencionar a direção que a rede vai tomar.

Quase imediatamente após o lançamento da sondagem, Musk escreveu, com uma suposta ironia, um provérbio: "Cuidado com o que desejam, porque podem acabar por o obter". Depois, advertiu qualquer pessoa interessada em tomar as rédeas do Twitter que para isso é preciso "gostar realmente da dor".

A imprensa de todo o mundo divulgou os resultados da sondagem nas suas primeiras páginas, não ousando especular sobre o futuro imediato e recordando a imprevisibilidade do bilionário que, na semana passada, perdeu a sua posição como o homem mais rico do mundo para o francês Bernard Arnault, chefe executivo do grupo de bens de luxo LVMH.

De acordo com a lista da revista Forbes - que atribuiu a Musk uma fortuna de 178 mil milhões de dólares - o magnata sofreu enormes perdas no seu grande negócio de carros elétricos, Tesla.

O Twitter, não só não recuperará essas perdas, como está "acelerado até à bancarrota".

Esta não é a primeira sondagem do magnata desde que tomou as rédeas da rede social.

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