Quatro em cada dez votos dos emigrantes foram anulados

21 mar, 00:45
Início da recolha e contagem de votos dos residentes no estrangeiro (António Pedro Santos/Lusa)

Nos EUA, o número de votos nulos supera os 51%, enquanto na Europa, é no Reino Unido que se verifica um maior número de votos anulados: 45,97%

Quatro em cada dez votos que chegaram dos círculos da emigração foram considerados nulos. O mesmo é dizer que cerca de 40% dos emigrantes que votaram nos círculos Europa e Fora da Europa não contribuíram para a eleição dos quatro deputados, num sufrágio que terminou com a vitória do Chega, que elegeu em ambos os círculos, sendo que a AD elegeu Fora da Europa e o PS na Europa.

Refira-se que a percentagem de votos nulos nos círculos de emigração já costuma ser elevada. Nas últimas eleições esse número ficou em 19,66%. Ainda assim, bem abaixo dos 36,68% destas eleições.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) já tinha alertado para um “número alto” de votos de emigrantes a serem anulados, uma vez que não cumpriam as regras de envio.

“O número é alto, com certeza”, admitia à CNN Portugal, ainda na segunda-feira, o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, explicando que os votos estavam ser anulados por não estarem a ser cumpridas as regras de envio, que obrigam a colocar separadamente o voto e a cópia do cartão de cidadão.

Ora, "se a pessoa colocar o cartão de cidadão dentro do mesmo envelope onde se encontra o voto, não cumpre a regra do anonimato do voto, portanto a consequência é a nulidade do voto", acrescentava.

Assim, vários eleitores emigrantes viram os seus votos anulados devido a esta questão. Os dados do Ministério da Administração Interna (MAI) traduzem isso mesmo: fora da Europa, nos EUA, o número de votos nulos supera os 51%, enquanto no Canadá 50,31% dos votos foram anulados. Na Europa, o Reino Unido registaram-se 45,97% votos nulos, seguindo-se o Luxemburgo (44,31%) e França (43,57%).

Será caso para dizer que os votos nulos foram mesmo os vencedores, uma vez que tiveram maior percentagem que qualquer partido.

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