Pedro Nuno Santos admite viabilizar orçamento retificativo "limitado às matérias de consenso" com a AD

19 mar, 18:15

O secretário-geral do PS reitera que o PS vai assumir a oposição ao Governo da AD, mas manifesta-se disponível para "fazer parte da solução" em "matérias de consenso" com os sociais-democratas e restantes partidos com representação parlamentar

Pedro Nuno Santos apresentou-se esta terça-feira à audiência com o Presidente da República "sem uma solução de governo apoiado por uma maioria". Como tal, e tendo em conta que "não se perspetiva nenhuma alteração profunda dos resultados eleitorais" com a contagem dos votos dos círculos da emigração, o secretário-geral do PS mantém que os socialistas vão assumir a oposição ao governo da Aliança Democrática (AD).

"A declaração que fiz no domingo passado mantém-se. Neste momento, está em curso a contagem dos votos dos círculos da emigração. Não se perspetiva nenhuma alteração profunda dos resultados eleitorais de domingo e, por isso, chegámos a esta audiência com o Presidente da República sem uma solução de governo apoiado por uma maioria", adiantou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas, após uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, que se prolongou por duas horas, no Palácio de Belém.

Neste contexto, o secretário-geral do PS sublinha que "o que se espera é que o líder da coligação apresente amanhã uma solução de Governo estável". "O país precisa de uma solução de governo estável, mas precisa também de uma oposição forte e sólida. É isso que nós seremos, o PS será oposição, será a alternativa democrática a um governo da AD", comprometeu-se.

Reiterando que o PS não será "o suporte do governo da AD", Pedro Nuno Santos admitiu, ainda assim, viabilizar um orçamento retificativo da AD "limitado a matérias de consenso", de modo a permitir que alterações aos limites de despesa para responder às reivindicações dos professores, das forças de segurança, dos profissionais de saúde e dos oficiais de justiça.

"Tendo em conta que pode ser necessário alterar limites de despesa, nós estamos disponíveis para viabilizar um orçamento retificativo que esteja limitado às matérias de consenso", declarou.

É que além de querer ser uma oposição "séria e forte", o PS quer assumir-se também como "uma oposição responsável" e quer fazer "parte da solução". "Ao longo da campanha, foi notório para todos que havia um largo consenso, que extravasa o próprio PS e a AD, sobre a necessidade de valorizarmos as carreiras de alguns grupos de profissionais da Administração Pública. Achamos que não há nenhuma razão para arrastarmos os pés nesta matéria", argumentou, acrescentando que o Governo cessante deixou margem económica para "dar esse passo em frente".

"Estamos disponíveis para encontrarmos, com a coligação vencedora, com o Governo, uma solução que permita que até ao verão estes profissionais tenham a sua situação resolvida", comprometeu-se.

Pedro Nuno Santos disse mesmo que ele próprio entrará em contacto com Luís Montenegro para "demonstrar esta disponibilidade do PS", indicando "dois nomes que possam, num prazo de 30 dias, construir um acordo nesse sentido", estabelecendo como prazo ainda "antes do início das férias do verão".

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