Costa espera que o próximo Governo dure quatro anos e deseja "boa condução e boa viagem ao doutor Pedro Nuno Santos"

12 mar, 13:51

Quanto à localização do próximo aeroporto, diz que qualquer que seja a decisão do futuro Governo será sempre "boa". E não antecipa "qualquer sobressalto" na execução do PRR

O primeiro-ministro cessante, António Costa, defendeu esta terça-feira que "as legislaturas devem cumprir-se" até ao fim, sublinhando que a estabilidade política tem sido "uma vantagem competitiva importante" para Portugal.

"Acho que as legislaturas devem cumprir-se. Para Portugal, tem sido uma vantagem competitiva importante ter havido estabilidade das legislaturas", assinalou, em declarações aos jornalistas, à margem do segundo Encontro Anual das Agendas Mobilizadoras, que decorre esta terça-feira no Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

E voltou a responsabilizar-se pelos resultados eleitorais de domingo, afirmando que "quem foi primeiro-ministro durante oito anos tem seguramente responsabilidades nos resultados eleitorais seguintes".

Questionado pelos jornalistas sobre se Pedro Nuno Santos se antecipou ao assumir a derrota, tendo em conta que, matematicamente, ainda é possível que os socialistas fiquem à frente da AD, António Costa insistiu que está "em retirada" da atividade político-partidária, não querendo pronunciar-se sobre a matéria.

"Não há nada pior do que quem deixa de estar ao volante, depois dar opiniões sobre quem tem agora o encargo de conduzir. O doutor Pedro Nuno Santos é o escolhido para conduzir [o PS] e só lhe desejo boa condução e boa viagem", declarou.

Costa não antecipa "qualquer sobressalto" na execução do PRR como novo governo

Aproveitando a ocasião do segundo Encontro Anual das Agendas Mobilizadoras, que são financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), António Costa disse ter "a certeza absoluta de que não é pelo facto de haver uma mudança de governo que o PRR vai sofrer qualquer tipo de sobressalto".

E para mostrar essa confiança revelou que ainda ontem, segunda-feira, convidou Luís Montenegro para marcar presença neste encontro. Todavia, o líder da AD já "tinha um compromisso de agenda", indicando, por isso, que seria representado nesta sessão pelo presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, o social-democrata Emídio Sousa.

Interrogado sobre os projetos que ficam agora em suspenso, na sequência dos resultados eleitorais das legislativas, António Costa salientou a decisão sobre a localização do novo aeroporto, lembrando que a Comissão Técnica Independente entregou esta segunda-feira ao Governo o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete ou Vendas Novas, mas deixando em aberto a opção Humberto Delgado + Santarém que, segundo o relatório, "pode ser uma solução", depois desta opção ter sido descartada no relatório preliminar.

Neste contexto, o ainda primeiro-ministro considerou que o próximo governo "terá toda a informação" disponível para "poder decidir" sobre a localização do novo aeroporto.

"O que é importante é que o próximo governo, quando entrar em funções, terá toda a informação para poder decidir", vincou.

Independentemente da localização escolhida, António Costa já diz que "qualquer decisão é uma boa decisão", tendo em conta não só "o atraso" da mesma, mas também o facto de esta decisão "beneficiar de um estudo e de uma informação técnica sólida", decorrente de uma comissão técnica  "completamente aleatória relativamente a quem tem de decidir".

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