Graça Freitas admite fim do isolamento para casos positivos assintomáticos (e há mais mudanças)

3 fev 2022, 19:27

Diretora da DGS não se compromete com alívio de medidas restritivas mas afirma que o pico desta vaga “provavelmente” já passou. Novas medidas também vão visar quem teve contactos de risco

A diretora-geral da Saúde Graça Freitas foi convidada do programa CNN Fim de Tarde desta quinta-feira para analisar o momento atual da pandemia em Portugal e admitiu o fim do isolamento para casos positivos assintomáticos de covid-19.

“Para os casos, sim. Para os doentes, não. Os doentes continuam a ter direito ao seu isolamento, estão no auge da sua transmissibilidade”, anunciou, revelando que poderá haver uma “redução dos dias de isolamento e outras medidas para os contactos próximos dos infetados”, decisões condicionadas “pelos próximos dias”.

Graça Freitas anunciou também que o objetivo do processo de vacinação para este fim de semana é o de inocular as primeiras crianças a receber a primeira dose, algo que aconteceu há sete semanas. Mas o esforço não se ficará por aí.

“Adicionalmente, estando o centro de vacinação aberto, aceitamos o autoagendamento de crianças para a toma da primeira dose. E para estas crianças vamos ter também a modalidade casa aberta no sábado e no domingo até às 13:00”, afirmou.

Salientando que a decisão da vacinação das crianças cabe ultimamente aos pais, a diretora-geral da Saúde lembrou a complexidade e exigência do processo de aprovação de uma vacina para tranquilizar os progenitores.

“Tanto a Agência Europeia do Medicamento (EMA) como a FDA (agência norte-americana) licenciam todos os medicamentos que tomamos ao longo da nossa vida, são altamente credíveis. Estes medicamentos, para serem licenciados, têm de se basear em ensaios clínicos e ter um perfil de eficácia, segurança e qualidade comprovada. Não é diferente com as vacinas. Não estamos a recomendar esta vacinação no vazio”, sublinhou.

Relativamente às cerca de 100 mil crianças vacinadas que acabaram infetadas desde a toma da primeira dose, Graça Freitas referiu que a DGS “ainda se encontra a estudar qual o intervalo ótimo” para os mais jovens completarem o programa de vacinação, garantindo ainda ser “precoce” avançar com um período temporal definido.

Abordando o atual momento pandémico na Europa, em que países como a Dinamarca e a Finlândia já anunciaram o levantamento de todas as restrições relacionadas com a covid-19, a diretora-geral da Saúde afirmou que a fase atual é de “transição”.

“Tem-se dito muito que esta doença vai passar a ser endémica, em que nós sabemos o que nos pode esperar no futuro. Ora, este vírus ainda nos deixa com muitas incógnitas. Mas, mesmo que se torne endémico, vai continuar a ter manifestações através de surtos ou epidemias, sazonais ou não. Ainda temos aqui um longo caminho.”

Graça Freitas avançou também que o pico da corrente vaga “provavelmente” já passou mas alertou para vários outros exemplos de epidemias de gripe, em que houve picos consecutivos. “Tudo indica que sim, mas vamos ter um bocadinho de cautela e esperar mais uns dias”, disse, sem se comprometer com um eventual relaxamento das medidas.

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