Por estes dias, após as tão aguardadas eleições legislativas assistimos – tanto à direita quanto à esquerda, a variadas nuances, ocasiões e circunstâncias que assinalam as diferentes facetas dos nossos políticos, dos principais partidos, no âmago do protocolo político.
Da direita à esquerda, deparamo-nos com três mui sui generis perfis de imagem protocolar, politicamente falando, dos colunáveis Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e André Ventura, pois então.
Os atuais líderes dos partidos com maior peso no círculo político ora dominante, não partilharam, e continuam a não partilhar, a mesma conduta protocolarmente política, mais concretamente na imagem protocolar, tais são as suas ideologias e convicções para um novo rumo de Portugal, com ainda algumas reticências em relação à formação oficial do novo governo.
Após as eleições, tem sido evidente o surgimento (intencional, diria até) dos líderes políticos que querem assinalar com cunho próprio o seu estilo, através da sua própria individualidade nunca antes tão vincada, nas demais entrevistas cedidas, na clara tentativa de criar, manter ou fortalecer os laços com o eleitorado (militantes, apoiantes e simpatizantes).
A imagem protocolar de qualquer um dos três é e continua a ser crucial e fundamental num político, sobretudo num período delicado como este, findas as eleições, mas com importantes decisões a serem tomadas nos próximos tempos, pela Presidência da República, em que o escrutínio político mais do que nunca contribuirá para continuar a aproximar ou afastar o PS e o Chega à Aliança Democrática.
Será caso para dizer que se mudam os tempos, modernizam-se os políticos. E vale tudo - salvo seja, para modernizar o pedigree ideológico de alguns dos cânones dos códigos de aparência tipicamente mais conservadores/tradicionais, isto é, maioritariamente antiquados e estandardizados no espetro político-social ao longo do tempo. Tanto é que, pela primeira vez, alguns políticos se aproximaram da oposição, pela imagem política projetada, contrariando tática e estrategicamente a perceção maioritária que o cidadão eleitor tinha deles até então.
Esses tais políticos protagonizaram convictamente o seu figurino de modo marcadamente visto, notado e criticado por muitos, mas também elogiado por tantos. Na realidade, seguiram mais o seu próprio estilo e menos o estilo a que nos habituaram os seus antecessores, desde há décadas.
Saliento que a dicotomia entre os partidos de esquerda e de direita tende a deixar de ser tão notória, dada a incontornável amplitude, impacto e escalabilidade própria da globalização social.
Termino, com três questões para uma reflexão:
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O que separa a direita da esquerda será o que os começará a unir - a nível de auto expressividade e individualidade, no coletivo político?
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Será tudo isto sinal de um novo paradigma, resultado dos comportamentos que as novas gerações operam, em prole dos rótulos antagónicos assimilados pela sociedade civil?
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Assistimos, todos nós, a uma renovada imagem político-partidária personificada pelos políticos à direita (formalismo) e à esquerda (relaxamento)?