Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão para Dani Alves por crime de agressão sexual

23 nov 2023, 14:48
Dani Alves (Getty Images)

A Procuradoria de Barcelona pede também uma indemnização de 150 mil euros para a vítima e a manutenção do jogador em prisão preventiva

O Ministério Público espanhol pede nove anos de prisão para o ex-futebolista do FC Barcelona Dani Alves, acusado de um crime de agressão sexual por alegada violação de uma jovem numa discoteca de Barcelona, em dezembro do ano passado, informa o jornal espanhol El Mundo.

Pede também uma indemnização de 150 mil euros para a vítima, segundo informaram fontes jurídicas à EFE.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a Procuradoria de Barcelona explicou que se opõe à libertação do jogador até ao julgamento, tal como solicitado pela sua defesa, e considera que ele deverá permanecer em prisão preventiva, onde se encontra por esse motivo desde 20 de janeiro.

O caso remonta ao dia 20 de dezembro, quando Dani Alves, na altura com 39 anos, meteu conversa com um grupo de três raparigas na zona VIP da discoteca Sutton, em Barcelona. De acordo com o relato da vítima, de 23 anos, o jogador estava constantemente a tocar-lhes e insistiu para que bebessem champanhe, que as três rejeitaram. A dada altura, o jogador pegou na mão da jovem e disse “vamos, vamos”. “Não sabia onde tinha de ir e estava a arrastar os pés”, contou a vítima. Segundo a jovem, ele levou-a até à casa-de-banho - que a vítima pensava ser “uma outra zona VIP” - onde ocorreu a alegada agressão sexual. A rapariga explicou que tentou sair, mas Dani Alves não permitiu. Além da violação, a jovem acusa o jogador de a ter agredido: “Ele agarrou-me pelo pescoço e atirou-me ao chão. (...) Bateu-me na cara durante algum tempo, senti que estava a afogar-me.” Assim que saiu da casa-de-banho, começou a chorar ao ver as amigas. As três resolveram sair de imediato da discoteca, quando foram intercetadas pelo porteiro, que ativou um protocolo de atuação dos estabelecimentos noturnos perante um caso de agressão sexual, e que se revelou determinante para a acusação ao jogador. 

No dia 4 de janeiro, os Mossos d’Esquadra, a polícia local, confirmaram ter aberto uma investigação ao antigo jogador do FC Barcelona. Seis dias depois, o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha disse ter aberto um processo de investigação por suspeitas de agressão sexual. Dani Alves estava no México na altura e acedeu voluntariamente ao pedido dos investigadores de voar para Barcelona, para esclarecer o seu alegado envolvimento na agressão sexual. 

Quando chegou a Barcelona, no dia 20 de janeiro, Dani Alves foi detido pela polícia local e levado para a esquadra. Depois de várias horas sob custódia policial, apresentou-se a tribunal, onde, após 45 minutos de depoimento, em que "incorreu em inúmeras contradições", tanto a procuradoria privada - exercida pela vítima - como o Ministério Público solicitaram a sua prisão preventiva. O juiz concordou, alegando elevado risco de fuga. “O magistrado ordenou a prisão preventiva sem direito a fiança, pelo processo em curso por crime de agressão sexual”, pode ler-se num comunicado do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.

Dani Alves começou por garantir que não conhecia a queixosa, mas acabou por assumir que tinham mantido uma relação sexual, mas consentida

No mesmo dia, o clube mexicano Pumas rescindiu contrato com o jogador, que vestia as cores da equipa desde julho do ano passado.

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