"Estou nos homicídios há dez anos e nunca tive um caso assim": inspetora impressionada com a "brutalidade das agressões" a Jéssica, três anos de idade

5 jul 2023, 19:01
Caso Jéssica: “Parece que andaram a jogar à bola com a cabeça da menina”, o perturbador relato do perito de medicina legal

Jéssica morreu em junho do ano passado em Setúbal

A inspetora da Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária Catarina Maurício prestou esta quarta-feira depoimento no julgamento da morte de Jéssica. "Estou nos homicídios há dez anos e nunca tive um caso assim", apontou em tribunal.

"Não é fácil resumir um caso como este", disse Catarina Maurício, apontando que o cadáver não estava no local do crime e que foi encontrado "já em ambiente hospitalar". Era "visível a brutalidade a crueldade das agressões contra a Jéssica", contou a responsável pela investigação.

A inspetora apontou que, quando chegaram a casa da família Montes, viu "o senhor Justo nas escadas com um comportamento bastante nervoso". Durante a inspeção à casa, Catarina Maurício verificou existirem "manchas suspeitas" e que "toda a casa cheirava fortemente a lixívia". Além disso, havia "roupa de Jéssica ainda molhada".

Segundo a inspetora, não existia comida em casa dos Montes mas "havia óleo na frigideira" - não terá sido detetado ADN porque este estava "conspurcado". Foi ainda encontrado um lençol com sangue da criança e todos os cabelos encontrados na residência eram de Jéssica.

A criança terá sido queimada na face e na orelha direita, disse Catarina Maurício, apontando que um isqueiro encontrado na mala de Esmeralda Montes tinha o ADN de Jéssica. Esse não foi, de resto, o único objeto encontrado com ADN da menina. Foi encontrado ainda no que a perícia classificou como "ovos sexuais" e no cabo de uma tesoura.

A inspetora confirma que encontrou um saco de plástico com penas e ervas e uma vela debaixo da cama de Inês Sanches, a mãe de Jéssica - o que comprova que terá existido a dita amarração.

Jéssica morreu em junho do ano passado em Setúbal. Tita (Ana Pinto) Montes, Justo Montes e Esmeralda Montes respondem pelo crime de homicídio qualificado consumado, rapto e coação agravada. A mãe da menina, Inês Sanches, também é arguida no processo.

 

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