Os financiamentos para a compra de casa que combinam períodos com taxa fixa e variável pesaram 51% nos novos empréstimos em agosto. Taxa de juro média dos novos empréstimos recuou.
O perfil de taxas de juro usadas no crédito à habitação está a mudar. Os contratos com taxa mista, que combinam um período em que o juro é fixo e outro em que depende de um indexante, representaram 51% dos empréstimos celebrados em agosto.
É a primeira vez que este tipo de contrato é o mais usado. A tendência de crescimento da taxa mista começou em abril, impulsionada pela subida dos juros pelo Banco Central Europeu e o incentivo à opção por contratos que permitam uma maior estabilidade na prestação.
Os dados revelados esta terça-feira pelo Banco de Portugal indicam ainda que a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação caiu, pela primeira vez, desde janeiro de 2022. A diferença é muito ligeira: baixou de 4,24% em julho para 4,23% em agosto.
Já nos empréstimos ao consumo a tendência foi a inversa. As taxas aumentaram de 8,85% para 8,93%. Nos “outros fins”, aumentou de 5,43% para 5,52%.
No principal mês de férias dos portugueses, foram concedidos 2.338 milhões de euros em empréstimos, mais 152 milhões do que em julho, com aumentos de 145 milhões na habitação e 22 milhões no crédito ao consumo.
Os empréstimos às empresas também aumentaram, com 2.084 milhões de euros concedidos em agosto, mais 69 milhões do que no mês anterior. Isto apesar de os financiamentos terem ficado mais caros.
A taxa de juro média dos novos empréstimos às empresas aumentou de 5,72% em julho para 5,92% em agosto. Esta subida verificou-se quer nos empréstimos até 1 milhão de euros (de 5,84% para 5,98%), quer nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (de 5,60% para 5,87%), indica o Banco de Portugal.