Mais um míssil lançado pela Coreia do Norte. Foi o 10º este ano (mas este falhou)

16 mar 2022, 02:44
Kim Jong Un visitou na quinta-feira uma base de lançamento de satélites

Pyongyang lançou mais um projétil esta quarta-feira. O Japão suspeita que seria um míssil balístico. Mas o lançamento falhou, segundo a Coreia do Sul. Kim Jong-un estará a aproveitar a atenção global à Ucrânia para avançar com o seu programa de mísseis intercontinentais

A Coreia do Norte terá feito esta quarta-feira mais um lançamento de um míssil, que fontes do governo japonês admitem que seria um míssil balístico. A confirmar-se, este será o décimo projétil lançado pela Coreia do Norte desde o início do ano, o que significa um ritmo sem precedentes dos ensaios norte-coreanos.

Esta, porém, terá sido uma tentativa falhada. Segundo fontes militares sul-coreanas, o ensaio de hoje terá sido mal sucedido- o projétil ter-se-á destruído pouco depois do lançamento.

Os chefes do Estado-Maior Conjunto  da Coreia do Sul informaram que o lançamento aconteceu numa base aérea na zona de Sunan, em Pyongyang, às 9h30 da manhã, hora local (meia-noite e meia em Portugal). Trata-se de um local já utilizado para outros ensaios recentes de mísseis norte-coreanos, incluindo os dois lançamentos anteriores, em fevereiro e no início de maio.

Ainda há poucos pormenores sobre a operação de hoje, mas Seul informou que “os serviços secretos da Coreia do Sul e dos EUA estão a realizar uma análise adicional". Também o Ministério da Defesa do Japão, mesmo sem confirmar oficialmente o lançamento - ou tentativa de lançamento - informou que está a acompanhar a situação.

Na semana passada, os EUA afirmaram que a Coreia do Norte está a ensaiar uma nova geração de mísseis balísticos intercontinentais capazes de atingir território norte-americano. Trata-se de tecnologia que o regime norte-coreano está proibido de ensaiar ou possuir. Por enquanto, ainda só terão sido testadas partes do mecanismo que está a ser desenvolvido, aparentemente sob disfarce de um projeto de desenvolvimento de satélites militares de reconhecimento. Mas os EUA, o Japão e a Coreia do Sul temem que a qualquer momento Pyongyang possa fazer o teste de todo o sistema, demonstrando uma capacidade militar acrescida e sem precedentes.

Kim Jong-un aproveita “distração” da guerra na Ucrânia

As autoridades sul-coreanas, nipónicas e norte-americanas desconfiam que o regime de Pyongyang esteja a aproveitar o conflito na Europa para intensificar o seu programa de rearmamento, enquanto o mundo foca a sua atenção noutra parte do globo. Três dos dez lançamentos deste ano aconteceram após o início da invasão da Ucrânia.

A Coreia do Norte já testou com sucesso armas nucleares e, se desenvolver tecnologia de foguetões de longo alcance, isso significará uma “escalada séria” na capacidade militar da Coreia do Norte, de acordo com um aviso feito na semana passada pelo Departamento de Estado norte-americano. 

Pelo menos dois lançamentos recentes (a 26 de fevereiro e a 4 de março) visaram testar "um sistema relativamente novo", capaz de enviar ogivas a distâncias muito maiores do que seria possível com lançamentos anteriores.

Segundo Jung Pak, número dois do Departamento de Estado para as questões da Coreia do Norte, em nenhum dos lançamentos ficou demonstrada a capacidade de alcançar território americano. Porém, o Departamento de Estado suspeita que estes dois lançamentos tenham servido apenas para testar "elementos do sistema", antes de efetuar um disparo com capacidade total. Apesar de estarem em causa mísseis intercontinentais, os dois testes em causa foram de alcance bastante curto, o que sugere que os componentes dos mísseis ainda estarão a ser testados. A confirmar-se o ensaio falhado de hoje, esse continua a ser work in progress.

Na segunda-feira, a agência noticiosa Yonhap, citando responsáveis do governo sul-coreano, noticiou que Seul e Washington tinham detetado sinais de um iminente teste intercontinental de mísseis balísticos. Fontes norte-americanas referiam o lançamento iminente de um "monstro" Hwasong-17, que, segundo os peritos, será o maior míssil rodo-móvel do mundo. 

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