ONU preocupada com as "graves consequências" do impacto da covid-19 na Coreia do Norte

Agência Lusa , FCT
17 mai 2022, 15:49
Kim Jong Un visita uma farmácia em Pyongyang

Apesar de o mundo estar a viver uma pandemia há mais de dois anos, a Coreia do Norte anunciou há poucos dias o seu primeiro caso de infeção pelo novo coronavirus

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou “profunda preocupação” com o avanço da epidemia de covid-19 na Coreia do Norte e o seu possível impacto humano.

“As últimas restrições, incluindo o isolamento rigoroso das pessoas e novas regras sobre as viagens, terão graves consequências para aqueles que já lutam para satisfazer as necessidades básicas”, disse Elizabeth Throssell, porta-voz do gabinete do Alto Comissariado, num briefing da ONU em Genebra, Suíça.

O gabinete aconselhou as autoridades de Pyongyang a assegurar “que as medidas tomadas para combater a pandemia sejam necessárias, proporcionais, não discriminatórias, calendarizadas e em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos”, reforçou Throssell.

A porta-voz lembrou também o apelo da alta comissária Michelle Bachelet à comunidade internacional para aliviar as sanções contra a capital norte-coreana, “para facilitar a ajuda humanitária de emergência e a assistência relacionada com a covid”.

“Encorajamos as autoridades da República Popular Democrática da Coreia a envolverem-se urgentemente com a ONU para abrir canais humanitários” e “facilitar o regresso do pessoal internacional da ONU e de outras organizações à Coreia do Norte, para que possam prestar ajuda aos mais vulneráveis, bem como aos que vivem em zonas rurais e fronteiriças”, acrescentou Throssell.

A Coreia do Norte anunciou esta terça-feira que tinha registado seis novas mortes “por febre”, segundo a agência noticiosa oficial norte-coreana, KCNA, o que eleva o número de mortes para 56, alguns dias depois de o país ter reconhecido que foi atingido pela pandemia.

De acordo com a KCNA, os militares foram destacados para fornecer medicamentos de todas as farmácias em Pyongyang.

Apesar dos bloqueios em grande escala, o número de mortes associadas à covid-19 registados a partir de segunda-feira chegou aos 56, para além dos mais de 1.483.060 casos de “febre” e 663.910 de pessoas internadas.

Desde que o país anunciou o seu primeiro caso de covid, na quinta-feira, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assumiu pessoalmente a luta contra a doença, que, segundo o mesmo, está a causar “grandes convulsões” no país, cuja população ainda não está vacinada.

O sistema de saúde da Coreia do Norte ficou em 193.º lugar num estudo feito pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que teve em conta 195 países.

Os hospitais norte-coreanos estão mal equipados, com poucas unidades de cuidados intensivos e os peritos dizem que o país não tem tratamento para a covid-19 nem capacidade para testar em massa a população.

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