Ativistas do Climáximo vandalizam quadro de Picasso no CCB

CNN Portugal , MJC - atualizada às 14:19
13 out 2023, 12:58
Ativistas do Climáximo no CCB (DR)

O movimento garante que teve o cuidado de verificar que a obra estava protegida e que nem a pintura de Picasso nem a moldura seriam danificadas durante o protesto

Dois apoiantes do grupo Climáximo cobriram com tinta vermelha uma obra de Picasso no Museu do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. 

"Temos de parar de consentir a normalidade do genocídio", disse o grupo em comunicado. "Não há arte num planeta morto. Temos de parar de consentir uma normalidade onde milhares são assassinados pelos governos e empresas emissoras."

A ação aconteceu pouco depois do meio-dia. De seguida, os ativistas colaram-se perto da obra. 

A segurança do CCB apareceu e encerrou imediatamente a sala do museu e pouco depois chegou a polícia. Os dois ativistas foram detidos, informou o porta-voz do movimento à CNN Portugal.

O Climáximo garante que teve o cuidado de verificar que a obra estava protegida e que nem a pintura de Picasso nem a moldura seriam danificadas durante o protesto.

O Museu do CCB confirmou entretanto que "uma vez que esta tem uma proteção em acrílico, não foi diretamente atingida nem danificada". O museu informou ainda que "a obra já foi retirada do espaço expositivo e encontra-se em segurança nas reservas do museu", garantindo que "a obra de Picasso será em breve recolocada em exposição".

O grupo decidiu agir sobre "Femme dans un fauteuil", uma obra criada em 1929 pelo artista andaluz. "Quando soldados alemães entraram no estúdio de Picasso em Paris, onde vivia durante a II Guerra Mundial, e viram o «Guernica» (a famosa obra-prima que retrata os horrores da guerra), perguntaram-lhe “fizeste isto?”. Ele respondeu “não, tu fizeste isto”. "É isso que nós estamos a dizer também", explicou à CNN Hugo Paz. "Não somos nós os culpados, são vocês que são os culpados pela emergência climática em que nos encontramos."

"É necessário desarmar o horror de novos projetos assassinos, desmantelar as armas ainda em funcionamento e conjuntamente concretizar um plano de paz. Em termos práticos, há que colocar um fim aos planos de novos aeroportos e expansão do gás em Portugal, parar os projetos da GALP no sul global, e fazer quem criou esta guerra pagar uma transição energética justa. Todos os culpados terão de pagar o plano de paz", explica o Climáximo em comunicado.

O movimento tem protagonizado uma série de protestos ao longos destas últimas duas semanas, sobretudo em Lisboa. 

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