“Em setembro o BCE pode fazer uma pausa ou subir a taxa de juro, mas de certeza que não irá cortar as taxas”, diz Lagarde

ECO - Parceiro CNN Portugal , Luís Leitão
27 jul 2023, 14:15
Christine Lagarde (Daniel Roland/Getty Images)

Christine Lagarde sublinha que as perspetivas para a inflação e para o crescimento da economia continuam muito incertas e não deixa de abrir a porta a mais uma subida das taxas em setembro

Após anunciar mais uma subida de 25 pontos base das taxas de referência do BCE, Christine Lagarde, presidente do banco central, reafirma a ideia de que, apesar da “inflação continuar a abrandar, espera-se que permaneça elevada durante mais tempo”.

No decorrer da conferência de imprensa, Christine Lagarde referiu também que a economia da Zona Euro deverá “manter-se fraca no curto prazo” e sublinhou que o “outlook para a inflação e para o crescimento da economia continua a ser muito incerto”.

A presidente do BCE refere que a indústria tem sido prejudicada por uma “fraca procura externa”, mas que o setor dos serviços se tem mantido resiliente e que “a dinâmica está a abrandar”, não deixando de sublinhar que os “drivers da inflação estão a mudar” e que a “inflação subjacente continua globalmente elevada”.

Lagarde abre também a porta a mais uma subida das taxas de referência em setembro, deixando claro que “alguns indicadores de inflação a longo prazo são elevados e devem ser acompanhados de perto.”

No entanto, a presidente do BCE reforçou novamente que todas as decisões de política monetária continuarão a assentar nos dados que forem recebendo da economia, e que todas as decisões de subida das taxas de juro serão tomadas “reunião a reunião”, sublinhando que “o BCE poderá variar [a sua decisão] de uma reunião para outra.”

Em resposta a uma pergunta de um jornalista, Christine Lagarde revela que o BCE poderá “aumentar ou fazer uma pausa” no ciclo de subidas das taxas de juro, “mas de certeza que não fará um corte em setembro.” Além disso, reforçou a ideia de que caso haja mesmo uma pausa da subida das taxas em setembro “não será necessariamente por um longo período de tempo.”

Lagarde reforçou também que a taxa de juro continua a ser “a principal ferramenta de política monetária do BCE” em comparação com o processo de desalavancagem do balanço (quantitative tightening), e que por isso não haverá qualquer “trade-off entre as duas políticas”.

Os mercados europeus estão a receber com agrado a decisão do BCE e o discurso de Lagarde, com os principais índices acionistas europeus a registarem subidas acima de 1% e o euro a registar uma desvalorização de 0,5% face ao dólar — apenas o português PSI descura desta realidade, ao registar uma queda de 1,1%.

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