Ex-executivo da Samsung acusado de roubar tecnologia à empresa para abrir fábrica de chips na China

12 jun 2023, 21:00
Samsung

Entre os segredos obtidos está informação sobre formas de manter impurezas fora das fábricas de semicondutores e as plantas e dimensões necessárias para vários processos de fabrico de chips de alta tecnologia

Um ex-executivo da Samsung foi esta segunda-feira detido e acusado de roubar tecnologia à empresa sul-coreana para, posteriormente, a utilizar numa fábrica de chips na China.

De acordo com o Financial Times, o homem de 65 anos, que também foi vice-presidente da empresa sul-coreana de semicondutores SK Hynix, obteve a informação de forma ilegal e estaria a planear abrir uma fábrica em Xi’an, no centro da China, a apenas 1,5 quilómetros de uma fábrica da Samsung.

Entre os segredos obtidos, afirma o jornal americano, está informação sobre formas de manter impurezas fora das fábricas de semicondutores, e as plantas e dimensões necessárias para vários processos de fabrico de chips de alta tecnologia.

"Não se trata de um simples roubo de tecnologia de semicondutores, mas sim de uma tentativa de copiar toda uma fábrica de circuitos integrados. O âmbito do crime e os danos são incomparáveis com casos anteriores de fugas de tecnologia individuais. Se a fábrica nacional fosse copiada e produtos de qualidade semelhante fossem produzidos em massa na China, teria causado perdas irrecuperáveis à indústria [coreana] de semicondutores", afirmou o Gabinete do Procurador do Distrito de Suwon, em comunicado.

Anteriormente, este executivo havia contratado cerca de 200 funcionários da Samsung e da SK Hynix, que teriam a missão de roubar segredos aos antigos empregadores, para uma empresa sediada na cidade chinesa de Chengdu. De acordo com a acusação, esta prática custou à Samsung 214 milhões de euros. Contudo, devido à falta de financiamento, o projeto não teve sucesso.

Este caso surge numa altura em que a Coreia do Sul está a tentar conter ao máximo o roubo de alta tecnologia doméstica por parte de empresas chinesas. O Financial Times refere que o governo de Seul criou novos órgãos de investigação para combater as fugas de informação, aumentou as penas de prisão para estes crimes e facilitou a denúncia dos mesmos.

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