Sanções e problemas na cadeia de fornecimento criaram um mercado paralelo na China, com estes chips a serem vendidos com um valor 500 vezes superior ao de mercado
Os serviços de alfândega chineses apanharam uma mulher que tentava contrabandear semicondutores dentro de uma barriga prostética, simulando estar grávida. Esta detenção traz à luz a realidade do contrabando que tem surgido na segunda maior economia mundial, depois das sanções impostas pelos Estados Unidos da América.
De acordo com a Bloomberg, a mulher foi apanhada pelas autoridades quando tentava entrar em Zhuhai através de Macau, no dia 25 de novembro. Segundo as autoridades alfandegárias, a suspeita trazia consigo mais de 202 processadores e nove smartphones.
A mulher chamou a atenção das autoridades quando lhe questionaram sobre há quantos meses estava grávida. “Ela disse estar grávida de cinco ou seis meses, mas tinha uma barriga grande que parecia estar no terceiro trimestre”, explicaram as autoridades chinesas.
A crise económica gerada pela covid-19 e todos os problemas gerados na cadeia de fornecimento abriram as portas para o aparecimento de um mercado negro de semicondutores, num país que precisa destes chips de ponta para produzir milhões de produtos.
A situação agravou-se recentemente, com a administração de Joe Biden a intensificar as sanções contra a China, focando-se no desenvolvimento de tecnologia de ponta, particularmente para uso militar.
Segundo a publicação económica norte-americana, a situação é de tal forma grave que os preços de destes dispositivos chegam a atingir valores 500 vezes mais elevados do que o seu preço de mercado, criando as condições perfeitas para a criação de todo um mercado paralelo com transportadores e intermediários.