China anuncia missão para recolher amostras do lado oculto da Lua em 2024

Agência Lusa , BC
30 set 2023, 08:13
Lua. (AP Photo/Adel Hana)

Se a missão chinesa for bem-sucedida, será a primeira vez que serão obtidas amostras do lado oculto da Lua, o que poderá revelar informações relevantes sobre a história do satélite natural da Terra

A China anunciou este sábado que irá lançar em 2024 a sua próxima missão lunar, Chang'e 6, para pousar e recolher amostras numa região do lado oculto da Lua que há muito intriga os cientistas.

De acordo com o jornal oficial do Partido Comunista, o China Daily, a Administração Espacial da China avançou que o projeto “progrediu sem problemas até agora e foi meticulosamente planeado”.

A missão irá consistir em vários componentes, incluindo uma nave que irá ficar em órbita, um módulo lunar que irá pousar na Bacia do Pólo Sul-Aitken, um elevador e um módulo de reentrada.

Um dos principais desenvolvimentos desta missão será o lançamento do satélite retransmissor Queqiao 2, previsto para a primeira metade de 2024, para facilitar a comunicação entre a sonda Chang'e 6 e a Terra, garantindo uma transmissão eficiente de dados.

Se a missão for bem-sucedida, esta será a primeira vez que amostras serão obtidas do lado oculto da Lua, o que poderá revelar informações valiosas sobre a história do satélite.

Além de sua importância científica, o Chang'e 6 irá transportar na nave e no módulo lunar uma carga internacional que inclui 10 quilos de equipamentos estrangeiro.

A França, a Itália e a Agência Espacial Europeia irão contribuir com instrumentos científicos, enquanto o Paquistão irá fornecer carga útil.

A mais recente sonda lunar chinesa, Chang'e 5, viajou até ao satélite em 2020, onde recolheu 1.731 gramas de amostras de solo.

O programa Chang'e, em homenagem a uma deusa que segundo as lendas chinesas vive na Lua, começou com o lançamento de uma primeira sonda em 2007.

O anúncio da Chang'e 6 surgiu depois do Festival do Bolo Lunar, festejado na noite de sexta-feira, durante o qual os chineses tradicionalmente saem à rua com lanternas para ajudar a deusa Chang'e a reencontrar o marido.

Nos últimos anos, o programa espacial chinês alcançou vários sucessos, como pousar a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua — um feito inédito — e colocar uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país — depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética — a fazê-lo.

A China concluiu também no ano passado uma estação espacial permanente, no culminar de mais de uma década de esforços para manter presença constante de tripulantes em órbita.

Relacionados

Ciência

Mais Ciência

Patrocinados