Champions: Benfica-Bayern Munique, 0-4 (destaques)

Luís Pedro Ferreira , Estádio da Luz, Lisboa
20 out 2021, 22:30
Benfica-Bayern Munique

O treino de Sané, o monstruoso Neuer, mas também o extra de Weigl

A figura:  Leroy Sané

Ofensivamente, já tinha sido a principal dor de cabeça na primeira parte, com as incursões ao corredor central. A maior prova desta ideia é o remate aos 38 minutos. Recebeu, rodou, encarou e só não marcou golo porque Vlachodimos estava tão bem na baliza que desviou a bola para fora com o olhar. No segundo tempo, teve uma ocasião repetida. Ou seja, calibrou a mira do livre que teve no primeiro tempo e, como já tinha treinado, desta vez resolveu a partida. Sim, ficou 4-0, mas foi o livre do esquerdino que deixou as coisas como elas têm sido.

O momento: minuto 70

Num jogo recheado de tantos momentos, sobretudo as duas defesas de Neuer a evitar a surpresa, o marcador mudou com a crueldade de um livre direto. O jogo merecia um golo de bola corrida, diga-se, mas até nisso o ataque do Bayern não tem misericórdia.

Outros destaques

Julian Weigl

Tinha aqui uma de duas oportunidades para mostrar à Alemanha o que se pode evoluir em Portugal. Weigl foi o jogador que o Benfica precisou mesmo que fosse, frente ao Bayern. O internacional alemão foi bastante lúcido nas ações ofensivas, soube tirar a equipa de apertos, ao descobrir quase sempre o homem livre. No momento defensivo, Weigl fez o que Jesus ordenara, buscou uma referência individual e ganhou vários duelos. O jogo era especial para ele, pela rivalidade que assume com o Bayern. A exibição foi nesse nível, de alguém que veio jogar um desses dérbis carregados de emoção, em que é preciso dar um extra. Weigl foi esse extra no Benfica.

Vlachodimos

Tinha pela frente o desafio de não sofrer golos da maior máquina atacante da Europa e logo bem cedo percebeu o que era defrontá-la. Aos cinco minutos, Lewandowski elevou-se sobre Vertonghen e surgiu Vlachodimos para impedir o 0-1. Uma primeira intervenção com uma certeza: viriam outras. E vieram, como aquela aos 29 minutos, a remate de Coman. Passou muito tempo entre ambas? Verdade, porque o grego beneficiou o trabalho defensivo da equipa e recompensou-a quando tudo o resto falhou. A defesa aos 47 foi o ponto alto de uma exibição tremenda, batida pelo livre de Leroy Sané. Pode não ter parecido, mas bola saiu fortíssima do pé esquerdo do alemão.

Otamendi

Um comandante na defesa, como era necessário. Otamendi tem estatuto de internacional argentino, tem um passado que fala por ele, tem um futebol de liderança indisfarçável. O capitão do Benfica ganhou muitos duelos a Lewandowski, numa luta tremenda entre ambos. Cometeu exageros, fruto da sua natureza futebolística, mas ninguém o pode acusar de não jogar como se fosse a última vez que respira.

Upamecano

O Bayern é uma máquina na frente porque também tem uma parede cá atrás. Süle teve vários problemas com os avançados do Benfica, mas a exibição de Upamecano tem de ser vista no plano contrário. No fundo, o problema foi ele. Só Yaremchuk o deixou para trás uma vez, mas até aí o central foi incrível na forma como incomodou o ucraniano na jogada e de forma leal.

Neuer

INACREDITÁVEL, MONSTRUOSO. Fez duas defesas quando o Benfica inteiro gritava golo. Um super-guarda-redes-herói-vilão consoante a perspetiva e que amargou os adeptos do Benfica, ao mesmo que, certamente, os terá enchido de espanto com aquelas duas defesas.

Gnabry

Entrou e a goleada foi praticamente dele. Foi o problema final e insolúvel para os encarnados. Elevou o jogo para um patamar ao qual as águias não conseguiram chegar na dimensão tática e física.

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