Parece que sim, embora os números ainda não o reflitam. Um estudo recente da InformaDB revelou que, em 2023, a presença feminina era de 32,4% dos cargos de liderança em empresas de média dimensão, o que implica um crescimento anual de 0,5%. Nas últimas duas décadas essa progressão foi de 13%. Este crescimento anémico requer uma árdua jornada, ainda necessária, para alcançar a paridade de género.
Com mais de três décadas de experiência em executive search, testemunhei diretamente o impacto positivo da diversidade nos mais altos níveis de gestão das organizações. A diversidade, incluindo a de género, é crucial para enriquecer o processo de tomada de decisão, a qualidade da gestão, trazendo perspetivas variadas que impulsionam a inovação, a eficácia operacional e a criação de valor.
Contudo, é essencial reconhecer que homens e mulheres trazem qualidades distintas e complementares para os Boards e Equipas de Alta Direção, enriquecidas pelas suas experiências de vida. As mulheres, frequentemente, introduzem uma dimensão de empatia e resiliência mais acentuada às suas lideranças, qualidades ancestrais que são indispensáveis numa era que valoriza o cuidado e a sustentabilidade ao lado do crescimento, da inovação e da criação e distribuição de valor.
A evidência é clara: equipas inclusivas, que equilibram competências, que se potenciam e criam ambientes de trabalho seguros, registam um aumento significativo na sua performance. A inclusão de mulheres em cargos de liderança não é meramente um gesto de equidade, mas uma estratégia comprovada para impulsionar o desempenho empresarial.
A igualdade de género na liderança poderia, potencialmente, adicionar triliões ao PIB mundial, um argumento económico poderoso contra a exclusão das mulheres de posições de liderança. Afinal, a exclusão de metade do talento e potencial humano é um luxo que a economia global não se pode permitir.
Portanto, afirmo: o futuro deve ser não apenas feminino, mas diversificado. A riqueza das perspetivas, combinada com a equidade de oportunidades, é o alicerce para um crescimento empresarial sustentável e inclusivo.
Voltemos ao início: o futuro é feminino? A bem da economia, é bom que sim. E rapidamente.
