Carlos Alexandre, o juiz de instrução que se notabilizou por ter tido em mãos os processos mais sensíveis e complexos do país nas últimas décadas, foi esta terça-feira graduado desembargador, em plenário do Conselho Superior da Magistratura, e vai deixar o Tribunal Central de Instrução Criminal já no próximo verão.
Aos 62 anos, com 38 de serviço, Carlos Alexandre sobe assim ao Tribunal da Relação - onde são apreciados recursos das decisões de primeira instância -, deixando para trás quase duas décadas no "Ticão", onde durante anos foi o único juiz e que teve a cargo processos como o Monte Branco, operação Furacão, Portucale, Face Oculta, BPN, BES, Remédio Santo, Labirinto, Vistos Gold ou, acima de todos, a operação Marquês, em que decidiu prender o antigo primeiro-ministro José Sócrates por suspeitas de corrupção no cargo.
O juiz, que recentemente tornou público em fóruns da magistratura nas redes sociais o apoio à candidatura do conselheiro Afonso Henrique Cabral Ferreira para presidir ao Conselho Superior da Magistratura - eleição que terá lugar esta quarta-feira -, passou pela Polícia Judiciária Militar e esteve colocado na comarca de Sintra, antes de chegar ao Tribunal Central de Instrução Criminal.
Nos próximos meses saberá em qual dos tribunais da Relação do país será colocado a partir de setembro, sendo que, como opção, Lisboa foi a primeira escolha.