Na autobiografia, a cantora conta o aborto que fez quando engravidou com Justin Timberlake, refere um caso de duas semanas com Colin Farrell e explica que se sujeitou à tutela do pai com medo de perder para sempre o direito a ver os filhos, tudo isto entre gravações de discos e digressões internacionais, sempre perseguida pelos paparazzi. Britney diz que viveu presa e que agora está a "renascer"
Dois homens partiram-lhe o coração - Justin Timberlake e Kevin Federline. Ela perdeu o chão. E um homem aproveitou-se disso - o seu pai. No livro de memórias, publicado esta terça-feira em todo o mundo, Britney Spears não poupa nas críticas a estes homens que tanta infelicidade lhe causaram.
O livro chama-se "A Mulher Que Há em Mim", como se Britney reclamasse, finalmente, para si, o estatuto de mulher adulta que sempre lhe recusaram: primeiro, tendo crescido sob os holofotes, a indústria alimentou a sua imagem juvenil, de "virgem", até ser impossível continuar a fazê-lo; depois, quando foi mãe e pensou que poderia ter a sua vida, acabou por ser abandonada, perder a custódia dos filhos e humilhar-se publicamente várias vezes, em palco e fora dele; por fim, completamente devastada psicologicamente, foi-lhe imposta uma tutela bastante rígida, que lhe retirou a autonomia. Só aos 40 anos, depois de um polémico processo em tribunal, Britney Spears se sentiu finalmente livre para ser a mulher que sempre quis ser.
"Em retrospetiva, penso que tanto o Justin como o Kevin foram muito espertos. Sabiam o que estavam a fazer e eu caí que nem uma patinha", conta neste livro a cantora norte-americana. "É o que esta indústria tem de mau. Eu nunca soube jogar este tipo de jogo. Nunca soube como apresentar-me sob todos os pontos de vista. Vestia-me mal - raios, continuo a vestir-me mal e admito-o. Estou a esforçar-me. Estou a tentar. (...) Agora, sei que temos de ter algum grau de esperteza, perversidade e determinação para jogarmos este jogo, e eu não o conhecia. Era verdadeiramente inocente, não fazia a mínima ideia. (...) Era jovem e cometi muitos erros. Mas uma coisa garanto: Nunca fui manipuladora. Fui apenas estúpida. Isto foi uma coisa que o Kevin e o Justin destruíram em mim. Eu costumava confiar nas pessoas, nunca mais consegui confiar em ninguém."
Claro que a autobiografia narra um único ponto de vista, sem contraditório. Britney vê-se a si mesma como uma vítima - da indústria musical, da comunicação social, da família que a explorou e dos homens que a enganaram. Como se não tivesse tido grande escolha ou fosse demasiado ingénua para entender o alcance de todas as suas decisões. A cantora deixa aqui a sua verdade, para quem quiser nela acreditar.
Agora, a menina que conhecemos com uniforme colegial em "Baby One More Time" e que acabámos por nos habituarmos a ver, praticamente seminua, em palco, a praticar coreografias sensuais, tendo crescido sem praticamente ter vida privada, admite que não gosta da fama. Diz que sempre quis ser cantora, mas não queria tudo o resto:
"Acho que algumas pessoas são ótimas com a fama. Eu não. Nos meus primeiros dois ou três anos eu era boa nisso e não me importava, mas o meu verdadeiro eu? Não. Fama? Esse mundo não é real, meus amigos. Não. É. Real. Vamos aceitando porque, claro, vai pagar as contas da família e tudo o resto. Mas para mim, faltava uma essência da vida real. Acho que foi por isso que tive os meus filhos. Então, não gostas de ganhar prémios e todas essas coisas da fama? Eu gosto muito, mas para mim não há nada de duradouro nisso. O que amo é o suor no chão durante os ensaios."
Tinha medo do pai alcoólico e aos 13 anos bebia com a mãe
Britney cresceu em Kentwood, no Luisiana. Os pais casaram muito cedo, a mãe tinha 21 anos, o pai 23. Em 1977 nasceu o filho mais velho, Bryant, e Britney nasceu a 2 de dezembro de 1981. Quando ela tinha 9 anos, nasceu a irmã mais nova, Jamie Lynn.
A família vivia com algumas dificuldades, os pais tiveram vários empregos e, mesmo nas fases em que tinham algum dinheiro, o ambiente familiar não era o melhor. O pai começou a beber e era violento, sobretudo com a mulher e o filho. "Durante os meus anos de crescimento, a minha mãe e o meu pai discutiam constantemente. Ele era um alcoólico. Geralmente, em casa, vivia assustada. O exterior não era necessariamente um paraíso, mas era o meu mundo", escreve a cantora, logo na abertura do livro. Aos 13 anos, bebia com a mãe e fumava com os amigos, faltava às aulas e começou a namorar com rapazes mais velhos. Era uma miúda rebelde.
Mas Britney descobriu a música. "A primeira vez em que verdadeiramente me emocionei e senti arrepios foi ao ouvir a nossa empregada cantar na lavandaria de casa. (...) Essa empregada entoou gospel e foi, literalmente, um despertar para um mundo novo", recorda. Começou, desde cedo, a cantar e a dançar. Cantava no coro da igreja e tinha aulas de dança, a que depois se juntaram as aulas de ginástica.
"Levei toda a minha vida a cantar. Cantava sozinha a acompanhar a rádio do carro a caminho das aulas de dança. Cantava quanto estava triste. Para mim, cantar era algo espiritual. (...) Cantar é mágico. Quando canto, sou a dona de mim mesma. Consigo comunicar da forma mais pura."
A partir dos 10 anos, com o apoio da mãe, que viajava com ela, Britney começou a participar em concursos de talentos e em espetáculos musicais infantis e chegou ao "Mickey Mouse Club", que era um programa de televisão infantil muito popular e onde conheceu Justin Timberlake. Aos 15 anos, através de amigos que tinha feito no mundo do espetáculo, conseguiu uma audição com o produtor musical Clive Calder, da Jive Records. Foi assim que, de repente, se viu envolvida na gravação de um disco.
Tinha 16 anos quando em 23 de setembro de 1998 o single de "Baby one more time" chegou às lojas. "No mês seguinte o vídeo estreou e de repente reconheciam-me em todo o lado", conta. Em janeiro saiu o álbum que "vendeu 10 milhões de cópias num abrir e fechar de olhos". A sua vida transformou-se por completo. Foi em digressão com os Nsync - onde reencontrou Justin Timberlake -, começou a aparecer na MTV e nas capas de revistas de música. Em pouco tempo surgiram convites para anúncios e até filmes, e fez uma digressão em nome próprio. Era uma estrela.
Justin Timberlake: da paixão ao doloroso aborto em casa
Britney e Justin já eram amigos quando se apaixonaram. Ela confessa que "estava completamente apaixonada por ele - tão apaixonada que era patético”. “Quando estávamos na proximidade um do outro éramos como ímanes", recorda. Começaram a viver juntos em Orlando e Britney achava que iam ficar juntos para sempre, apesar de ela saber das muitas traições dele e dos boatos de relações com várias dançarinas e groupies. "Por estar tão obcecada e tão apaixonada, ignorei", conta. E confessa que também o traiu algumas vezes, mais por raiva do que por vontade de estar com outras pessoas.
Mesmo com estes percalços, a relação parecia correr bem até ao momento em que Britney engravidou: "Foi uma surpresa, mas não foi nenhuma tragédia para mim. Amava-o tanto. Sempre tivera a esperança de um dia constituir família com ele. (...) No entanto definitivamente, o Justin não ficou nada feliz com a gravidez. Disse que não estávamos preparados para ter um bebé nas nossas vidas, que eramos demasiado novos. (...) Nunca tinha imaginado que escolheria fazer um aborto, porém, dadas as circunstâncias, foi o que fizemos. Não sei se foi a decisão certa."
Outra decisão que hoje considera errada foi não ter ido ao médico e ter feito o aborto em casa: "Porque era importante que ninguém soubesse da gravidez", explica. Nem a família soube. Britney tomou os comprimidos e ficou com dores horríveis. "Nem consigo começar a descrever o que foi. As dores eram inacreditáveis. Até hoje foi uma das coisas mais dolorosas porque passei na vida", recorda, no livro.
Esse momento terá marcado o princípio do fim da relação com Justin Timberlake. Pouco depois, a meio da gravação do videoclipe do tema "Overprotected", Britney recebeu uma SMS de Justin a dizer que tudo tinha acabado.
O início da depressão e um casamento de 55 horas
"Quando ele me deixou fiquei destroçada", conta a cantora. Voltou para casa dos pais e entrou numa longa depressão, perdeu a vontade de atuar, mas tinha de fazê-lo porque os concertos estavam marcados. Britney recorda ainda um "período estranho e surreal" a viver sozinha em Nova Iorque, em que tinha muito pouca vontade de estar com outras pessoas.
Foi nesse período que acabou por ter um caso com o ator Colin Farrell: "um combate que durou duas semanas", é assim que ela descreve esse encontro. Ainda pensou que "podia ali haver qualquer coisa", mas a relação acabou rapidamente.
Mais tarde, após uma noite com muita bebida, em Las Vegas, acabou por casar com um amigo, Jason Alexander. "Vou esclarecer: não havia paixão entre nós. Honestamente, eu apenas estava muito bêbada - e provavelmente, num sentido mais geral naquela fase da minha vida, muito entediada", relata. Os pais fizeram-nos anular o casamento que durou apenas 55 horas. Foi a primeira vez que percebeu que era muito importante para a família que ela estivesse sob o seu controlo.
Kevin Federline: um amparo que se transformou num pesadelo
Britney conheceu Kevin Federline e ele abraçou-a: "Amparou-me", como ela diz. Fragilizada como estava, a cantora sentiu-se acolhida e segura. "Era assim que ele era para mim: firme, forte, reconfortante. (...) Estava para lá de ser uma coisa sexual. Não tinha que ver com desejo. Era uma coisa íntima. (...) O Kevin gostava de mim como eu era. Tendo passado tanto tempo a viver de acordo com as expectativas da sociedade, estar com um homem que me deixava ser exatamente que eu era, parecia uma verdadeira dádiva. (...) Achei que o Kevin me daria a estabilidade que eu tanto preciso - e também a liberdade." Apaixonou-se novamente e novamente acreditou que seria para sempre, de tal forma que decidiram casar.
Tiveram dois filhos: Sean Preston em setembro 2005 e Jayden James um ano depois. Mas, quando Jayden nasceu, o casamento praticamente já tinha terminado. Segundo Britney, o marido quis apostar na sua carreira musical e cada vez passava mais tempo em estúdio e a trabalhar e quase não estava em casa, com ela ou com os filhos. Já ela, por outro lado, estava completamente dedicada ao seu papel de mãe, vivia para os filhos, talvez até fosse demasiado protetora. Nada a fazia mais feliz do que estar com os seus bebés.
"O Kevin estava completamente extasiado com a fama e o poder. Vi tantas vezes na minha vida a fama e o dinheiro destruírem as pessoas, e agora estava a ver isso a acontecer ao Kevin em câmara lenta. Pela minha experiência, quando a maioria das pessoas - em especial, os homens - granjeiam esse tipo de atenção, está tudo acabado. Gostam demasiado disso. E não é nada bom para eles."
A depressão, que por algum tempo parecia ter sido resolvida, acabou por voltar, agravada pelo facto de agora Britney ter dois filhos e de ser uma estrela mundial, com paparazzi constantemente a persegui-la. Aqueles primeiros meses depois do Jayden nascer foram “uma névoa”, recorda a cantora, contando como o advogado a convenceu que era melhor pedir o divórcio antes que Kevin pedisse, para não ser humilhada. Ambos pediram a custódia dos filhos. "A atenção dos meios de comunicação social era alucinante."
"Uma nuvem de escuridão" - e o pior ainda estava para vir
A determinada altura, Kevin não a deixou ver os filhos durante semanas a fio e Britney entrou numa espiral. Não conseguia trabalhar. "Dentro de mim sentia há muito uma nuvem de escuridão. Mas por fora tentava manter a aparência que as pessoas exigiam." Até que, depois de semanas sem ver os filhos, foi a casa do ex-marido implorar - "Tudo isto aconteceu à vista dos paparazzi. Não consigo descrever a humilhação que senti. Estava encurralada - como sempre, estava a ser perseguida por aqueles homens que estavam à espera de que eu fizesse alguma coisa que pudessem fotografar. E, então, nessa noite, dei-lhes algum material: Rapei o cabelo."
"Toda a gente achou que eu estava ridícula. Vejam só como ela está louca. Até os meus pais tiveram vergonha de mim", recorda Britney. "Ninguém percebia que eu estava pura e simplesmente fora de mim com o desgosto. Os meus filhos tinham-me sido tirados."
"Rapar o cabelo foi uma maneira de dizer ao mundo: vão todos à merda. Querem que eu seja bonita para vocês? Vão à merda. Querem que eu seja boazinha para vocês? Vão à merda. Querem que eu seja a vossa menina de sonho? Vão à merda."
Seguiram-se tempos de enorme tristeza desorientação, ela admite que várias vezes perdeu o controlo sobre si mesma, com crises de ansiedade e de fúria. Britney continuava a trabalhar, mas com muito esforço. Em 2007 foi forçada a atuar na cerimónia dos Video Music Awards: "A minha equipa estava a pressionar-me para mostrar ao mundo que eu estava bem. O plano só tinha um problema: eu não estava bem", lembra. Correu tudo mal: "Os jornais gozaram com o meu corpo e a minha atuação. O Dr. Phil chamou-lhe uma tragédia." Mesmo quando lançou um novo disco, "Blackout", parecia que a única coisa de que as pessoas queriam falar era se ela era ou não uma mãe capaz, "não como é que eu tinha feito um álbum tão forte com dois bebés apoiados nas ancas e a ser perseguida por homens perigosos todos os dias, 24 horas por dia".
Até que, finalmente, ela acabou por perder a custódia dos filhos. E nem mesmo nestes momentos terríveis, pôde contar com o apoio da sua família. "Por muitos fãs que tivesse no mundo, os meus pais sempre me deram a ideia de que eu não valia grande coisa. Estava sozinha e perdida." E mais à frente: "O Kevin tirou-me o meu mundo. Fez com que eu deixasse de respirar. E a minha família não me abraçou. Comecei a desconfiar de que estavam secretamente a festejar o facto de eu estar a passar pelos piores dias da minha vida. Mas de certeza que isso não podia estar a acontecer, pois não? De certeza que estava a ser paranoica. Certo?"
Ao longo deste período o pai obrigou-a várias vezes a ir para clínicas de reabilitação. Britney reconhece que gostava de beber álcool, mas não que fosse alcoólica, e garante que nunca usou drogas. A sua droga preferida era o Adderall, uma anfetamina vendida com receita médica. "Dava umas horas sem me sentir tão deprimida. Era a única coisa que resultava comigo como antidepressivo, e eu sentia que era mesmo disso de que precisava", conta. Ainda assim, aceitou ir para as clínicas porque achava que isso podia ajudá-la a recuperar a guarda dos seus filhos.
A tutela: 13 anos de prisão
Em janeiro de 2009, o pai de Britney consegue que o tribunal lhe dê a tutela total da filha - ou seja, a tutela do património e a tutela da pessoa, passando a controlar completamente a sua vida. "A partir de agora sou eu que mando, agora sou eu a Britney Spears" - terão sido estas as palavras do pai.
"Tudo era escrutinado, tudo." Vivia rodeada de seguranças que controlavam quando ela podia sair de casa e com quem. As suas mensagens eram vigiadas e, descobriu mais tarde, o pai tinha mandado instalar uma escuta em sua casa. Não decidia nada em relação à sua carreira, apesar de ganhar milhões de dólares e sustentar toda a família, vivia de uma semanada, e nem sequer ao médico podia ir sozinha. Decidiam quantas vezes por semana treinava e até o que ela comia. "A tutela privou-me da minha condição de mulher, transformou-me numa criança", lamenta. "Fiz isto durante 13 anos."
A cantora tem uma grande revolta em relação ao pai, mas não isenta a mãe de culpas e também não está ainda completamente pacificada com a posição dos irmãos durante este período. No fundo, sente que toda a família a usou.
Britney questionava-se: estava demasiado doente para tomar conta de si, escolher o seu namorado e pagar as suas contas, mas suficientemente saudável para aparecer em sitcoms e programas da manhã e atuar todas as semanas perante milhares de pessoas? Mas acabava sempre por ceder. "Se eu alinhar, vão ver como eu sou boa e devolver-me-ão a minha liberdade", pensava.
"Porque me sujeitei? Fi-lo pelos meus filhos. Como cumpria as regras, pude ter os meus filhos de volta. Foi um verdadeiro êxtase poder voltar a abraçá-los. Para os ver o mais possível, fazia tudo para satisfazer o Kevin. (...) A minha liberdade em troca de sestas com os meus filhos - era uma transação que eu estava disposta a fazer."
A gota de água terão sido os anos que passou a fazer espetáculos em Las Vegas. O seu trabalho e a sua criatividade eram o seu único reduto de liberdade, mas até isso lhe tiraram. Quando sentiu que não aguentava mais e se recusou a continuar em Las Vegas, o pai voltou a mandá-la para uma clínica de reabilitação. Estava lá quando uma das enfermeiras lhe mostrou os vídeos de jovens a protestar e a pedirem "Free Britney". "Vê-los a manifestarem-se foi a coisa mais espantosa que vi em toda a minha vida. (...) A quem me defendeu, quando eu não podia defender-me: obrigado, do fundo do coração."
Em junho de 2021, Britney Spears teve finalmente coragem para denunciar os abusos de que era alvo por parte do pai. O processo arrastou-se durante um ano, até que, finalmente, o tribunal lhe deu razão e a libertou da terrível tutela.
Renascer: "Sou livre, agora"
"Tenho tentado reconstruir a minha vida, um dia a seguir ao outro", diz Britney Spears sobre esta nova fase da sua vida. "Estou a tentar aprender a cuidar de mim própria e também a divertir-me um pouco. Todos os dias ponho música a tocar. Quando ando pela casa a cantar, sinto-me completamente livre, completamente à vontade, completamente feliz." Ela diz que se sente "renascida".
Quando escreveu este livro, Britney ainda estava com Sam Asghari, com quem casou no ano passado e de quem se separou durante o último verão. Estiveram juntos seis anos.
Por agora, Britney Spears confessa que o seu foco não está na carreira musical. Quis abrandar. Olhar para si. É "o tempo de eu não ser alguém que os outros querem que eu seja: é o tempo de finalmente me encontrar. (...) À medida que o tempo passa, gosto cada vez mais do meu tempo sozinha. Ser uma artista foi ótimo, mas nos últimos cinco anos a minha paixão para entreter uma plateia, ao vivo, diminuiu. (...) Agora tenho de fazer uma introspeção. Vai ser um processo. Já estou a gostar dele. A mudança é uma coisa boa."
"Sou livre, agora. Estou apenas a ser eu própria e num percurso de cura. Finalmente posso fazer o que quero, quando quero. E não tomo um minuto disso por garantido. Liberdade significa ser pateta, tonta e divertir-me nas redes sociais (...) Liberdade significa poder cometer erros e aprender com eles. (...) Há já algum tempo que não me sentia verdadeiramente presente na minha própria vida, no meu próprio poder, na minha condição de mulher. Mas agora estou aqui."