Lutou pelo Brexit, conseguiu o Brexit, mas sai em menos de três anos. A cronologia de Boris Johnson

CNN
7 jul 2022, 13:10
Boris Johnson e Volodymyr Zelensky passeiam pelas ruas de Kiev (AP)

O sucessor de Theresa May não conseguiu permanecer no cargo durante três anos. Apesar de ter conquistado aquela que era a sua principal bandeira, sai após uma série de escândalos

Pessoal

Data de nascimento: 19 de junho de 1964

Local de nascimento: Nova Iorque, Nova Iorque

Nome de nascimento: Alexander Boris de Pfeffel Johnson

Pai: Stanley Johnson, ambientalista, escritor, ex-político

Mãe: Charlotte Johnson Wahl, pintora

Casamentos: Carrie Symonds (2021-atual); Marina Wheeler (1993-2020, divorciado); Allegra Mostyn-Owen (1987-1993, divorciado)

Filhos: com Carrie Johnson: Romy, Wilfred; com Marina Wheeler: Lara, Milo, Cassia e Theodore; com Helen Macintyre: Stephanie

Educação: Balliol College, Universidade de Oxford, B.A., 1987

Religião: Batizado como católico, consagrado anglicano na adolescência

Outros factos

O irmão Jo Johnson também é político conversador.

Johnson foi o quarto primeiro-ministro a estudar no Balliol College. Os outros três foram H.H. Asquith, Edward Heath e Harold Macmillan.

Johnson escreveu livros sobre política, história e a cultura britânica, tais como The Churchill Factor: How One Man Made History e The Dream of Rome.

Cronologia

1987 - Torna-se jornalista estagiário no The Times.

1988 - Despedido do The Times por falsificar uma citação.

1989 - Apontado correspondente de Bruxelas pelo The Daily Telegraph.

1999-2005 - Editor da revista semanal The Spectator.

2001 - Johnson é eleito membro da Câmara dos Comuns, no Parlamento, por Henley, pelo Partido Conservador.

2003-2004 - Vice-presidente do Partido Conservador.

2004 - Serve como ministro-sombra pelas artes. Despedido por alegações de um caso com a jornalista Petronella Wyatt.

Dezembro 2005 - Julho 2007 - Serve como ministro-sombra para o ensino superior.

Maio de 2008 - Johnson é eleito presidente da câmara de Londres. É reeleito em 2012.

Agosto de 2012 - Johnson fica preso numa tirolesa durante um evento dos Jogos Olímpicos de Verão no Victoria Park, em Londres.

Maio de 2015 - Reeleito ao Parlamento, representando Uxbridge e South Ruislip.

13 de julho de 2016 - Johnson é nomeado Secretário dos Negócios Estrangeiros pela primeira-ministra Theresa May e serve durante dois anos.

21 de fevereiro de 2016 - Johnson anuncia o seu apoio à campanha Brexit.

9 de julho de 2018 - Johnson demite-se do cargo de Secretário dos Negócios Estrangeiros por descordar da abordagem de May em relação ao Brexit.

Setembro de 2018 - Johnson e Marina Wheeler anunciam a sua separação e o divórcio iminente.

23 de julho de 2019 - Johnson é eleito líder do Partido Conservador do Reino Unido e assumirá o cargo de May como primeiro-ministro, enquanto aguardam pela aprovação da rainha.

28 de agosto de 2019 - A rainha Isabel aprova o pedido de Johnson para suspender o parlamento britânico a partir de meados de setembro, encurtando o tempo disponível para os legisladores bloquearem um Brexit sem acordo. A notícia é recebida com a oposição dos políticos, que a acusam de ser potencialmente inconstitucional e antidemocrática. Numa entrevista televisiva, Johnson nega que estava a tentar impedir o Parlamento de limitar os seus planos Brexit.

4 de setembro de 2019 - Johnson sofre uma derrota, depois de os legisladores da Câmara dos Comuns aprovarem um projeto de lei para bloquear um Brexit sem acordo, 327 votos contra 299. Instrui Johnson a pedir outra prorrogação do Brexit, se este não conseguir obter um acordo com a União Europeia, até à data-limite de 31 de outubro. Horas depois, a Câmara dos Comuns rejeita as exigências para uma eleição, ficando aquém da maioria absoluta de 434 exigida para passar.

5 de setembro de 2019 - Durante um discurso em Wakefield, no norte de Inglaterra, Johnson diz que prefere estar “morto e enterrado” do que pedir à Europa para atrasar o Brexit. No mesmo dia, o irmão de Johnson, Jo Johnson, anuncia que se demitirá como deputado porque está “dividido entre a lealdade familiar e o interesse nacional”.

25 de setembro de 2019 - Os legisladores regressam ao trabalho depois de o Supremo Tribunal do Reino Unido considerar que a decisão de Johnson de suspender unilateralmente o Parlamento até meados de outubro, apenas duas semanas antes de o Reino Unido ter de abandonar a União Europeia, foi "ilegal, nula e sem efeito", uma enorme derrota para o primeiro-ministro.

17 de outubro de 2019 - Johnson anuncia que os negociadores do Reino Unido estabeleceram um acordo Brexit com os seus homólogos europeus, preparando o terreno para a votação da proposta no Parlamento.

19 de outubro de 2019 - Os legisladores britânicos recusam a aprovação do acordo Brexit de Johnson, votando a favor de uma emenda para atrasar a ratificação. A emenda exigia que Johnson enviasse uma carta a solicitar uma prorrogação da União Europeia e Downing Street confirmou mais tarde que a carta foi enviada.

12 de dezembro de 2019 - O partido conservador de Johnson ganha numa eleição esmagadora, assegurando 365 dos 650 assentos na Câmara do Parlamento, bastante superior aos 203 lugares dos Trabalhistas. A eleição dá a Johnson uma maioria confortável na Câmara dos Comuns e abre caminho para que o Brexit se realize no final de janeiro.

31 de janeiro de 2020 - A Grã-Bretanha deixa oficialmente a União Europeia, entrando num período de transição até ao final de 2020, durante o qual o Reino Unido deve negociar a sua futura relação com a Europa.

29 de fevereiro de 2020 - Johnson e Carrie Symonds, uma antiga funcionária comunitária do Partido Conservador, anunciam que estão noivos e à espera de um bebé.

27 de março de 2020 - Johnson anuncia que testou positivo para o coronavírus.

5 de abril de 2020 - Johnson é internado no Hospital St. Thomas, em Londres, para fazer exames, como “medida de precaução”, devido aos sintomas persistentes do coronavírus, diz o Gabinete do primeiro-ministro num comunicado.

6 de abril de 2020 - Johnson é transferido para uma unidade de cuidados intensivos após os sintomas do coronavírus “terem piorado”, segundo um porta-voz de Downing Street.

12 de abril de 2020 - Um porta-voz de Downing Street anuncia que Johnson teve alta do hospital.

29 de abril de 2020 - Johnson e Symonds anunciam o nascimento de um rapaz.

2 de maio de 2020 - Johnson e Symonds anunciam o nome do seu filho recém-nascido, Wilfred Lawrie Nicholas Johnson. Foi-lhe dado o nome do meio Nicholas, em homenagem aos dois médicos que trataram de Johnson, enquanto este sofria do coronavírus.

6 de maio de 2021 - Nas eleições britânicas, o partido conservador de Johnson agarra-se às prefeituras em zonas cruciais do campo de batalha e aumenta a sua quota de conselhos locais.

29 de maio de 2021 - Johnson e Symonds casam numa “pequena cerimónia”, realizada em segredo na Catedral de Westminster, em Londres.

9 de dezembro de 2021 - Johnson e Symonds anunciam o nascimento de uma menina.

31 de janeiro de 2021 - É divulgado um relatório do governo há muito esperado sobre o "Partygate", delineando uma investigação a Johnson, que descobriu múltiplas festas, algumas das quais Johnson frequentou pessoalmente, uma cultura de consumo excessivo de álcool e uma “falha de liderança” no seu governo, enquanto o resto do país vivia sob rigorosas regras de confinamento devido à Covid-19.

6 de junho de 2022 - Johnson sobrevive a um voto de confiança dado pelo seu próprio partido. Os deputados conservadores votam por escrutínio secreto, por 211 a 148, para lhe permitir permanecer líder do partido e, por consequência, primeiro-ministro.

7 de julho de 2022 - Depois de várias demissões no seu governo, após ter nomeado um ministro sobre o qual recaem acusações de conduta sexual imprópria desde 2019, Boris Johnson demite-se.

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