"Passadeira da vergonha" que Bordalo II instalou na escadaria que o Papa vai usar em Lisboa motiva reação das secretas - que culpam os empreiteiros

28 jul 2023, 17:25
Instalação de Bordalo II na JMJ (Facebook)

Artista confessou que ficou surpreendido com a facilidade com que acedeu ao local. Autoridades defendem-se, dizendo que a segurança ainda é responsabilidade das empresas que estão a terminar as obras

A polémica em torno da instalação de Bordalo II no altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que o artista apelidou "passadeira da vergonha", ganhou uma nova dimensão. De tal forma que o Sistema de Segurança Interna (SSI), um dos órgãos dos serviços secretos do Estado, teve necessidade de vir fazer um comunicado.

Tudo para esclarecer que a responsabilidade pela segurança da área é da PSP, mas, como o espaço ainda não é considerado público, é o empreiteiro da obra e a empresa de segurança contratada para o efeito.

Apesar disso o próprio Bordalo II confessou o seu espanto pela falta de segurança. É que o artista plástico não fez a coisa por menos: entrou no recinto com uma vasta equipa e muito material para a instalação, que consistiu em colocar uma passadeira feita com notas de 500 euros no caminho até ao palco que vai ser pisado pelo Papa Francisco.

"Nós não somos ninjas. Fomos ver mas achámos sempre que seria uma utopia. Vestimos um colete amarelo, que não é um grande disfarce. Fomos ver e à medida que fomos percebendo que era fácil entrar fomos entrando. Fomos andando, andando, ninguém nos questionou", confessou o artista em declarações à CNN Portugal.

Para já as autoridades colocam-se à parte desta questão, com o SSI a referir que “o plano setorial de segurança do Parque Tejo só será colocado em vigor a partir do momento em que a obra esteja concluída”. Isto, lembre-se a quatro dias do início do evento.

“O SSI encontra-se a acompanhar de perto a situação e a articular com a PSP as medidas necessárias a acautelar a segurança do recinto”, pode ler-se no comunicado das secretas, que garantem que será feita uma vistoria aos recintos por parte da PSP, só sendo autorizada a abertura dos recintos após confirmação de que estão reunidas as condições de segurança necessárias.

Um comunicado que terá sido motivado pelas declarações do ministro da Administração Interna, que garantiu que a instalação de Bordalo II "não se trata de falha de segurança". José Luís Carneiro explicou que as informações que tinha do SSI apontavam que as obras ainda estavam a decorrer.

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