Paços de Ferreira-Benfica, 0-0 (reportagem) O treinador do Benfica completou hoje um mês à frente da equipa técnica, mas nem esse dado lhe proporcionou uma vitória fora de casa. Mourinho diz que tentou tudo e recorda que pegou na equipa quando o plantel já estava formado. Mota queria mais e garante que «o Paços perdeu dois pontos».
Um mês depois de ter assumido o cargo de treinador do Benfica, José Mourinho continua sem conseguir vencer fora de casa e a sua equipa ainda só apontou um golo no reduto do adversário.
Na opinião do técnico, «a equipa esteve perfeita defensivamente, mas falhou muito no passe e na saída para o ataque. Penso que, sobre o ponto de vista táctico, a equipa cresceu muito e isso torna-se evidente também na entrega de todos os jogadores. De qualquer forma, estivemos melhor na primeira parte, apesar do Paços de Ferreira ter actuado com menos um jogador durante todo o segundo tempo. Tentei apostar tudo no aspecto individual, prescindindo um pouco do colectivo. Coloquei Sabry e Miguel em campo, que costumam ganhar muitos espaços, mas não conseguimos resultados positivos».
Em quatro jogos fora do Estádio da Luz, os encarnados somaram apenas dois pontos, fruto de empates em Leiria e Paços de Ferreira. Com estes desaires, o Benfica está já a nove pontos do FC Porto, uma desvantagem que obriga José Mourinho a reflectir: «É preciso ver que o plantel já estava formado quando assumi o cargo e isso não deve ser esquecido. Não estou, com isto, a tentar fugir às minhas responsabilidades, pois também tenho algumas, mas estou em alguma inferioridade para com os colegas que iniciaram o campeonato. Este grupo está a demonstrar que tem qualidade e condições para ser melhor e chegar cada vez mais longe».
O momento conturbado que o Benfica está a viver estende-se, igualmente, à campanha eleitoral. Manuel Vilarinho tem falado em contratações ¿ Roger é o único nome assumido ¿ e o treinador admite que elas seriam bem aceites. «É óbvio que precisamos de um outro jogador para algumas posições-chave. Se houver essa possibilidade de poder contar com jogadores de qualidade, não os vou desperdiçar e tenho a certeza que o grupo vai recebê-los bem», concluiu José Mourinho.
«Perdemos dois pontos», sublinha José Mota
Apesar de a sua equipa ter actuado com menos um elemento em mais de meio jogo, José Mota, o treinador do Paços de Ferreira, queria mais: «Sinto-me frustrado com este empate. O Benfica é o Benfica, mas podíamos ter vencido esta partida. Criámos muitas situações de golo, bem mais que o adversário, e estivemos sempre mais perto de marcar».
Para o treinador do Paços de Ferreira, «ficou claro que o Paços não é inferior ao Benfica». «Fizemos uma boa primeira parte, mas a partir do momento em que ficámos com dez, era demasiado difícil vencer», observou José Mota.
Sempre com esta linha de raciocínio, Mota considerou que «o Paços perdeu dois pontos», reforçando, assim, a ideia de que o único resultado que o poderia satisfazer era «a vitória». «Nunca nos assustámos com o nome do Benfica e jogámos de igual para igual», rematou.
«Benfica foi superior» (Dani)
Dani aceitou com fair-play este empate, tendo mesmo elogiado o adversário do Benfica: «O Paços é, de facto, uma equipa muito trabalhadora. Por aquilo que fez, acabou por justificar o empate».
Contudo, Dani fez questão de sublinhar que «o Benfica foi melhor tecnicamente. Fez um jogo superior ao do Paços e só não conseguiu chegar ao golo». Para o médio-ofensivo, ficou claro que «o Benfica está a melhorar. Estamos a provar que somos uma equipa cada vez melhor».
Perguntado sobre se o atraso pontual dos encarnados em relação ao líder F.C. Porto (nove pontos), Dani desvalorizou a questão: «É um facto que esse atraso existe, mas ainda há muito campeonato pela frente. Essa diferença pode ainda ser alterada, porque o Porto vai perder muitos pontos».
