Contrato de cinco anos com o Benfica Fernando Meira foi hoje apresentado como jogador do Benfica, tendo assinado um contrato válido por cinco anos. A oficialização da transferência de Miguel do Estrela para o Benfica ficou adiada.
Com o cenário bem preparado e assistência a condizer com a solenidade do momento - cerca de uma dúzia de sócios do Benfica na sala de imprensa do Estádio da Luz -, Vale e Azevedo, presidente da SAD encarnada, apresentou Fernando Meira como reforço para o plantel de Jupp Heynckes ao final da tarde de sexta-feira.
Depois de confirmar a assinatura de um contrato válido por cinco anos e regido por objectivos, o líder encarnado deu a saber que o acordo englobou também o Vitória de Guimarães, clube com o qual Fernando Meira rescindiu contrato no final da temporada passada.
«O Benfica entendeu que apesar de todas as vicissitudes do processo é importante proteger os clubes portugueses e conduziu as negociações como se ele se tratasse de um jogador do Vitória», explicou Vale e Azevedo, que apresentou o reforço acompanhado por Álvaro Braga Júnior, director da SAD, e José Manuel Capristano, vice-presidente para o futebol.
«Acordo com V. Guimarães há vários dias»
O presidente do Benfica revelou que o acordo com o Vitória de Guimarães existia «há vários dias» e que concluiu as conversações com o jogador ontem (quinta-feira).
Ainda hoje, acrescentou, houve uma última reunião com Pimenta Machado para acerto de todos os pormenores. O mais importante era o descomprometimento com a Udinese, clube que tinha um pré-acordo com Fernando Meira. Segundo Vale e Azevedo, foi o presidente vimaranense quem tratou de tudo.
Questionado sobre a contratação de Miguel, dada como certa, Vale e Azevedo foi claro: «Só confirmamos jogadores nesta sala.»
Os sócios sorriram e o presidente encarnado ainda teve tempo para confessar que o interesse em Fernando Meira já é antigo. «Quando o Vitória jogou na Luz li em qualquer lado que existia um acordo verbal entre mim e Pimenta Machado para a transferência. Isso sucedeu precisamente na semana em que houve toda aquela agitação, que impediu que as coisas se concluíssem na altura.»
Contratos?
Fernando Meira ensaiou um discurso bem ponderado para a primeira aparição de águia ao peito.
Revelando-se «muito contente», o central/trinco dirigiu as primeiras palavras à Udinese: «Publicamente peço desculpas ao presidente do clube, que é um cavalheiro e certamente compreenderá que prefiro não sair do meu país e jogar naquele que considero ser o melhor clube de Portugal. Na altura em que me comprometi com a Udinese não imaginava que um clube como o Benfica pudesse interessar-se pelo Fernando Meira.»
Meira agradeceu «aos sócios e apoiantes do Vitória de Guimarães o apoio sempre dispensado», falou da mulher e do filho e não se esqueceu de Pimenta Machado, apesar de confessar nunca ter falado com o presidente minhoto desde que rescindiu contrato: «Ele ajudou a resolver tudo de forma simpática e boa para todas as partes.»
O internacional sub-21 português referiu-se a «um projecto aliciante» na Luz e prometeu ajudar o Benfica a «voltar aos bons velhos tempos». As palmas soaram na sala. Os adeptos gostam de ouvir os novos falar assim.
Os intervenientes dispuseram-se depois a ouvir as perguntas dos jornalistas. Mas não todas. Sobre o futuro tudo era permitido, sobre o passado é que não. Foi pelo menos assim que o assessor da Direcção do Benfica explicou que teria que ser.
E com este guião ficou por saber o que tem Fernando Meira a dizer de sua justiça sobre a alegada assinatura de dois contratos em Itália, com a Udinese e o Vicenza.
Antes de posar para os «bonecos» com a nova camisola, Fernando Meira despediu-se afirmando que precisa agora de férias «para limpar a cabeça e voltar ao trabalho disposto a provar valor e a ajudar o Benfica».