Defesa do Benfica contou ao Brasil como se vive momento trágico
Argel reviveu para a Rádio Jovem Pan, do Brasil, o momento trágico que acabou por vitimar Miklos Fehér no final do jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica. Na «ressaca» de uma noite de terror, o defesa central do Benfica contou como foi a viagem de regresso a Lisboa depois da confirmação da morte do colega e do choque que se vive em Portugal. Tudo com uma voz de quem ainda não se refez do drama.
«Vivemos uma situação muito triste, uma situação muito complicada porque perdemos um companheiro nosso e eu estava a quatro ou cinco metros dele no momento do lance em que aconteceu toda aquela tragédia», começou por relatar o defesa brasileiro, que foi dos primeiros a olhar para Fehér, já no chão. «Era um jogador jovem, forte, com uma saúde tremenda. Nunca teve problema nenhum, nem uma gripe. De repente entra num jogo em que precisávamos de ganhar a partida e através dele conseguimos o golo aos 90 minutos», continuou, finalizando o filme dos acontecimentos: «Logo depois, o adversário vai lançar da linha lateral, ele entra para atrapalhar, para não deixar cobrar rápido, e o juiz acaba dando um cartão amarelo, normal, para ele. Ele olha, ri para o árbitro, e acaba caindo no campo e tem uma morte trágica, fulminante. Para nós foi chocante.»
Argel adiantou ainda que a viagem de três horas de Guimarães para Lisboa foi dramática pela falta que fez o colega. «A viagem de três horas dentro do autocarro, sem o nosso companheiro, que tinha viajado connosco... é uma situação complicadíssima», tentou explicar. «Nunca tinha passado por isso dentro do campo...presenciar uma cena dessas. Era um jogador que ia casar dali a uma semana, com 24 anos, jogador da selecção. Para nós, que estávamos naquele momento, é difícil de explicar, difícil de dizer o que é que houve. Nunca teve nada. Há dois, três meses fizemos exames. É difícil, um jogador entra, joga os 15 minutos e acaba em tragédia...»
Argel fez questão de revelar que já conhecia Fehér há algum tempo, desde os tempos no Porto. «Já conhecia o Fehér há muito tempo, do F.C. Porto, e já estávamos a jogar há bastante tempo juntos aqui no Benfica», disse, deixando a imagem de como o país acordou com a notícia da morte do jogador húngaro: «Foi uma coisa que chocou Portugal. O país está de luto, principalmente o Benfica, que é o maior clube português. As pessoas estão revoltadas porque não conseguem aceitar nem entender. Nunca tinha visto isto no futebol.»
