Argel: «O futebol não pode ser mudo»

18 jul 2002, 22:15

Apesar de defender muito trabalho e poucas palavras Argel é dos que mais fala nos treinos e nos jogos. Mas não se acha um líder, garante.

Argel é a voz que mais se ouve durante os treinos e jogos do Benfica. O brasileiro não se cala um minuto sempre a incentivar ou corrigir os colegas. Esta quinta-feira, durante o estágio da equipa em Nyon, Argel dava a receita para o sucesso do Benfica para a próxima época: «Trabalhar muito e falar o menos possível». Não estava a referir-se a ele próprio, com certeza.

«Eu falo muito? É a segunda época que estou aqui e isso é uma característica minha. Sou assim desde as camadas jovens e não é agora que vou mudar. Comunico muito dentro do campo, mas tudo com muito respeito. É uma característica importante, o futebol não pode ser mudo», explicou.

Apesar de estar sempre a tentar comandar as tropas, o defesa não se considera líder da equipa: «Acho que o Benfica tem 29 líderes. O tratamento é igual para todos, a responsabilidade é de todos», afirmou. Para o brasileiro, este estágio de pré-época tem sido «muito proveitoso» e adianta: «Sinto todos concentrados e com o pezinho no chão».

A equipa até pode parecer mais calma, mas depois da chegada de Petit e de outros possíveis reforços, poderá voltar o «sindroma» da equipa maravilha? Argel acha que não: «Isso não vai acontecer. Acredito neste grupo de trabalho. Temos tido concentração, não há aquele oba-oba da época passada. Não acredito que com a chegada de reforços isso possa mudar. Temos que ser como a selecção brasileira. Saíram do Brasil sem muito alarido, jogaram tudo o que tinham a jogar e ganharam».

No jogo com o Auxerre, esta quinta-feira, Argel e Cissé tiveram um «duelo» aceso. A certa altura, os dois chegaram mesmo a trocar algumas palavras. Argel garante que não passou disso: «Cissé é um grande jovem jogador. Falámos um pouco em espanhol, mas não se tratou de meter medo a alguém. O Auxerre é um adversário de respeito e foi um bom jogo».

Um última palavra ainda para Jardel, que atravessa um momento difícil na sua vida pessoal. «Converso bastante com Jardel, já nos conhecemos há muito tempo, mas isso é um problema particular e há que dar privacidade para que ele possa resolver o problema». Nem mais.

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