Benfica-Casa Pia, 1-1 (crónica)

Rafael Vaz , Estádio da Luz, Lisboa
28 out 2023, 20:07

Uma águia sem resposta

«Mas na época passada estivemos bem, especialmente em casa, e é esse o nosso objetivo para amanhã, jogar como o Benfica joga: faltou-nos isso na terça-feira, e agora é altura de mostrar uma boa reação em campo. Ter posse de bola, intensidade, criatividade, solidariedade, tudo isto em todas as fases do jogo, especialmente no momento sem bola.»

A frase é de Roger Schmidt, dita na véspera do jogo frente ao Casa Pia, na qual se registou um empate (1-1), em jogo da nona jornada da Liga.

A declaração, de resto, vinha na sequência da derrota frente à Real Sociedad, na qual a margem mínima não traduz o domínio espanhol que se viu no Estádio da Luz. Ora, o técnico germânico pediu uma resposta, mas não pode dizer-se que a tenha tido. Longe disso.

Mas já lá vamos.

Uma águia ferida, sobretudo na primeira meia-hora

Sem Kökcü e Bah, lesionados, Schmidt recuperou a confiança em Florentino e entregou-lhe o meio-campo, juntamente com João Neves. Na frente, Musa também ficou de fora, devido a uma amigdalite: foi a jogo Arthur Cabral.

A águia estava ferida, e isso notou-se sobretudo nos primeiros 30 minutos. A criatividade era pouca ou nenhuma, e a circulação da bola tornou-se quase sempre lenta e previsível.

O Casa Pia, alicerçado no seu sistema já bastante sólido de três centrais, jogou praticamente de cadeirinha nesse período. Tanto é que até foram os gansos os primeiros a ameaçarem o golo, num cabeceamento perigoso de Lelo.

FILME E FICHA DO JOGO.

Do outro lado, só Neres, na tentativa de agitar as águas, foi capaz de criar perigo, numa das vezes em que surgiu no seu lado preferencial – o direito.

Depois da meia-hora, o Benfica melhorou: os encarnados tornaram-se mais agressivos com bola e conseguiram empurrar o Casa Pia para a sua baliza. No fundo, fizeram por chegar ao intervalo em vantagem, o que foi conseguido num lance de inspiração de João Mário. A águia afastava aí alguns dos seus fantasmas mais recentes.

Trubin ainda deu oxigénio

Só que a segunda parte não foi brilhante, longe disso. Trubin ainda defendeu um penálti de Felippe Cardoso aos 54 minutos, a Luz voltou a encher-se de oxigénio, mas por pouco tempo, muito pouco.

Sobretudo porque o Benfica voltou a ser uma equipa mais lenta e previsível, e foi incapaz de chegar ao segundo golo. Teve até dificuldades em arranjar oportunidades para chegar a esse 2-0.

E numa equipa tão instável, não era difícil adivinhar que assim que o Casa Pia arriscasse mais em busca do empate, a casa ia tremer. E tremeu.

Larrazabal, à segunda foi mesmo

Gaizka Larrazabal fugiu uma primeira vez nas costas de Jurásek – havia entrado para o lugar de Bernat –, mas Trubin afastou o perigo nessa primeira incursão. À segunda, o guarda-redes do Benfica foi mesmo batido – e mal batido – e a Luz teve de lidar com o empate, aos 81 minutos.

Na falta de cabeça, os encarnados tiveram coração para irem em busca da vitória, mas os três pontos ficaram no ferro. Florentino acertou primeiro na barra, António Silva depois no poste. Pelo meio, o incansável João Neves ainda obrigou Ricardo Batista a defesa de recurso.

Schmidt pediu uma resposta, mas a águia não foi capaz de a dar. O Benfica é hoje uma equipa cheia de dúvidas, muito longe do que já jogou no passado. E isso contra uma equipa sólida como o Casa Pia não foi fatal, mas só piorou a situação.

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