Antes da transferência para Barcelona
Marinho Peres jogou no Santos ao lado de Pelé, no Barcelona ao mesmo tempo que Cruyff, no Internacional de Porto Alegre quando Falcão dominava no plantel, foi capitão da Selecção do Brasil em 1974, que terminou no quarto lugar do Campeonato do Mundo, e não tem dúvidas quanto a quem deveria ganhar o prémio de jogador do século que a FIFA está a promover. Quanto aos melhores jogadores que alguma vez treinou, dois nomes saltam instantaneamente - os ex-sportinguistas Figo e Balakov.
- Quem foi para si o maior futebolista de sempre?
- Tem de ser o Pelé. Pelas suas próprias conquistas - ganhou três campeonatos do mundo em quatro, não tem jeito de contrariar. Nos treinos era o primeiro a chegar, o último a sair, e era super-inteligente, apesar de não ter muitos estudos.
- E quem foi o melhor jogador que já treinou?
- Figo e Balakov, no Sporting. O Figo era um miudinho e não vou dizer que já sabia que ia ser um dos melhores do mundo, mas bem cedinho era tudo isso que a gente sabe, com uma personalidade fortíssima. O Balakov veio muito cedo da Bulgária e tinha muitas das características de Figo mas pelo lado esquerdo. Era a base do Sporting.
- É verdade que desempenhou papel importante na ida de Figo para o Barcelona?
- Cruyff conversou comigo um dia antes de jogar com o Benfica, para a Liga dos Campeões. Ele estava em Portugal e até ligou para o Sporting, porque não tinha o meu número, e disse-me que estava num hotel no Estoril e que me esperava lá. Jantei com ele, estava também o Rexach, que tinha sido da nossa equipa, e eu perguntei: «Você quer saber como joga o Benfica? O Veloso é o defesa-direito, tem o Ricardo atrás...» E ele respondeu «não, isso já sei». «Ah, então você quer dar-me um abraço?» «Não. Quero é saber desse miúdo que você tem aí, se é tudo o que se diz dele». Aí eu falei, «cara, você quer acabar com o meu time».
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