Kim Kardashian diz que está a “reavaliar” a sua parceria com a Balenciaga, depois de a marca de moda de luxo ter apresentado crianças a acariciar ursos de peluche vestidas com acessórios de bondage (para práticas sexuais de natureza sadomasoquista), na sua última campanha publicitária.
A fundadora da Skims e estrela de reality TV norte-americana, que tem sido embaixadora da marca de moda, quebrou o silêncio no domingo, após receber uma chuva de mensagens de fãs e comentadores pedindo-lhe que denunciasse a marca.
Numa publicação nas suas redes sociais, Kim disse que esperou algum tempo para falar “não porque não tenha ficado repugnada e indignada com as recentes campanhas da Balenciaga, mas porque queria uma oportunidade para falar com a equipa responsável, para compreender pessoalmente como deixaram tal coisa acontecer”.
Prosseguiu dizendo que, como mãe, ficou “abalada com as imagens perturbadoras”.
I have been quiet for the past few days, not because I haven’t been disgusted and outraged by the recent Balenciaga campaigns, but because I wanted an opportunity to speak to their team to understand for myself how this could have happened.
— Kim Kardashian (@KimKardashian) November 27, 2022
“A segurança das crianças deve ser defendida ao mais alto nível e quaisquer tentativas de normalizar o abuso infantil, seja de que forma for, não devem ter lugar na nossa sociedade. Ponto final”, disse ela aos seus 74,2 milhões de seguidores do Twitter.
“Aprecio o facto de a Balenciaga ter retirado as campanhas e o seu respetivo pedido de desculpas. Ao falar com eles, acredito que compreenderam a seriedade da questão e, no futuro, tomarão as medidas necessárias para que isto não volte a acontecer”, acrescentou.
Kim Kardashian, que utilizou um conjunto da Balenciaga para a MET Gala 2021, foi uma das muitas celebridades que participaram no desfile de alta-costura da Balenciaga durante a Semana da Moda de Paris, em julho. O episódio final da temporada de “The Kardashians”, que estreou na quinta-feira passada, focou-se neste desfile.
No domingo, Kim publicou uma fotografia dos filhos vestidos com peças da Balenciaga, onde escreve: “Neste momento, estou a reavaliar a minha relação com a marca, tendo em conta a sua vontade de aceitar a responsabilidade por algo que nunca deveria ter acontecido, bem como as medidas que espero ver serem tomadas para proteger as crianças.”
A declaração de Kim surge dias depois de a empresa ter eliminado a campanha controversa, fotografada por Gabriele Galimberti e que faz parte de um projeto chamado “Histórias de Brinquedos” (Toy Stories). A marca publicou um pedido de desculpas na sua página de Instagram.
“Pedimos imensa desculpa por qualquer ofensa que a nossa campanha de férias possa ter causado”, diz a declaração. “As nossas malas de peluche não deveriam ter sido apresentadas com crianças nesta campanha. Retirámos imediatamente a campanha de todas as plataformas.”
Galimberti disse à CNN, numa declaração, que a direção de arte da campanha “Histórias de Brinquedos” estava fora do seu alcance, alegando que não teve “qualquer direito a escolher nem os produtos, nem os modelos, nem a combinação dos mesmos”.
Após a viralização de uma outra campanha com documentos de um processo do Supremo Tribunal dos Estados Unidos relativo às leis de pornografia infantil, a Balenciaga emitiu mais uma declaração no Instagram a pedir desculpas por exibir “documentos perturbadores”. A empresa acrescentou que tenciona tomar “medidas legais contra os responsáveis pela criação do cenário e os artigos não aprovados”.
Por sua vez, Galimberti voltou a afirmar que não teve “qualquer ligação com a fotografia onde aparece um documento do Supremo Tribunal”.
Remember when Balenciaga dropped Kanye West for being anti-semitic? Well, here is their new campaign featuring children, teddy bears in bondage and court papers that talk about pedo stuff. Seems like they no longer have the moral high ground #Balenciaga pic.twitter.com/7UQjBIpac3
— Purple Unicorns (@Purple_Unicornz) November 22, 2022
No mês passado, a Balenciaga cortou relações com o ex-marido de Kim Kardashian, o rapper Kanye West, após as repercussões dos seus comentários polémicos e antissemitas.
A CNN entrou em contacto com a Kering, a empresa-mãe da Balenciaga, e os representantes de Kim Kardashian para mais comentários.