Conduzir dos 0 aos 100 km/h em menos 1 segundo? Só tem de pagar

25 nov 2022, 15:07
Família Mercedes-EQ

Nova subscrição da Mercedes permite poupar entre 0,8 e 1 segundo no arranque do automóvel. Medida terá um custo anual de 1.200 dólares, embora a tecnologia já esteja implementada no veículo

Após a decisão controversa da BMW em oferecer assentos aquecidos mediante uma subscrição mensal, chegou a vez da Mercedes seguir na mesma direção. Pelo preço de 1.200 dólares anuais (cerca de 1.150 euros), os condutores da linha de carros elétricos a bateria (BEV) Mercedes EQ, podem poupar entre 0,8 e 1 segundo no arranque, dos 0 aos 100 km/h.

Em causa está o acesso a uma tecnologia já presente nos automóveis em questão, no entanto, caso os utilizadores não tenham esta subscrição ativa, a funcionalidade será desativada, avança a Bloomberg.

A subscrição ao serviço "acceleration increase" (aumento de aceleração) estará disponível apenas nos Estados Unidos, dado que a funcionalidade não foi implementada na Europa, nem há planos para ser adotada no mercado do Reino Unido, avançam porta-vozes citados pelo Automotive News e BBC News.

Na página oficial da fabricante automóvel, verifica-se que a subscrição se compromete a “aumentar eletronicamente” a potência dos modelos EQS e EQE, inclusive nas versões SUV. Nas indicações da Mercedes, a fabricante alega que a subscrição permite um aumento da potência máxima do motor entre “20 a 24%, consoante a potência original de fábrica”.

O anúncio da Mercedes é a mais recente aposta num fenómeno que se tem instalado na indústria automóvel, a aposta nos chamados serviços “on demand”, tendo em vista o aumento e diversificação das fontes de rendimento. À medida que a tecnologia dos veículos evolui, a tendência tem sido para a oferta de serviços digitais adicionais.

Em Portugal, por exemplo, os utilizadores da BMW podem subscrever o serviço de bancos frontais aquecidos pelo valor-base de 17 euros mensais, 175 euros anuais, 279 euros a cada três anos ou 397 euros por um serviço vitalício (preços à data de escrita). A BMW disponibiliza ainda subscrições para o aquecimento do volante, ativação e desativação automática dos máximos e configuração para Apple CarPlay.

Apesar da polémica inicial, a BMW planeia continuar a oferecer vários outros serviços via subscrição e ambiciona atingir uma receita de 5 mil milhões de euros ao longo desta década, a partir das suas ofertas digitais. Gigantes do setor automóvel como a Stellantis também pretendem arrecadar uma receita de 20 mil milhões de euros, até ao final da década, a partir de serviços assentes em software.

No mesmo sentido, também a Volkswagen está a contemplar oferecer serviços pagos de condução autónoma para os utilizadores que pretendam “relaxar ou dormir” enquanto conduzem, um tipo de serviço também conhecido como “pay-as-you-go” (pague conforme o uso). No entanto, este tipo de serviços só estará disponível quando for lançado um serviço de condução autónoma completo, cita a Bloomberg.

Por outro lado, fabricantes como a Tesla já oferecem serviços pagos de assistência à condução que ainda não correspondem a uma condução totalmente autónoma, embora disponibilizem gratuitamente atualizações de software, como o “modo canino”.

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