Presidente da APAF acha «indamissível» o clima que continua a haver no futebol português
Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), considera «inadmissível» o que continua a acontecer em torno da arbitragem em Portugal, referindo-se ao clima de intimidação existente.
O dirigente traça mesmo um paralelo, apelando à responsabilidade das pessoas com poder nos clubes grandes. «Estes clubes têm um grande poder de influência sobre muita gente. Não estou a dizer que uma coisa origina a outra, mas a verdade é que quando aumentam as críticas, a quantidade de agressões nos Distritais também aumenta», afirmou, em declarações à Sport TV.
E deu exemplos: «Este fim de semana houve um árbitro agredido em Vila Real, no CNS, outro em Bragança. Em Aveiro danificaram um carro. Isto poderá ter influência.»
Luciano Gonçalves diz que, desportivamente, a APF vai «exigir que as pessoas que têm peso desportivo, que estão diretamente envolvidas com o futebol, sejam penalizadas». «A nível civil iremos seguir todos os parâmetros para minimizar ou acabar com este tipo de situações», acrescentou.
O dirigente disse, ainda, que «infelizmente, os árbitros portugueses estão muito bem preparados» para lidar com situações de ameaças e críticas.
Por fim, questionado sobre a possibilidade de Fábio Veríssimo dirigir o Clássico FC Porto-Benfica, levantada pelos dragões na newsletter «Dragões Diário», Luciano Gonçalves considera que é «mais do mesmo».
«São declarações com intenção clara de condicionar a nomeação. Não tenho dúvidas que jamais irá influenciar a decisão do Conselho de Arbitragem. Acredito que Fábio Veríssimo irá fazer um Clássico ou dérbi no decorrer da época. Se não for uma hipótese para este jogo, nada tem a ver com a pressão que o FC Porto exerceu», encerrou.
