Morreu um jovem ligado às claques do futebol.
Não foi apenas o jovem que, nas (i)lógicas de cliques e claques, morreu.
Conhecedor de tudo o que sustenta fações e proteções, seja em formato nacional ou municipal, Portugal também morreu.
Morreu nos seus silêncios, omissões e demissões.
É uma morte acumulada e consentida.
O país morre todos os dias, porque olha para o futebol com uma condescendência sem limites. O país não acredita na morte, mas na consagração dos mortos-vivos.
O país morreu, mas entre o medo e a cobardia aqueles que deveriam estar de luto, por fecharem os olhos aos poderes marginais que se constituem debaixo dos seus olhos, subjaz entre os sobreviventes a vontade que o tempo absorva as poças de sangue.
O País voltou a morrer por causa de mais uma morte consentida.
Neste caso, quando deveria haver apenas alegria e comunhão em torno de um título de campeão nacional, no futebol.
E mais uma vez o país nem sequer merece um minuto de respeitoso silêncio porque, na verdade, não se sabe respeitar a si próprio.
Em vida tudo deve ser feito para nunca se festejar a morte.