Capacidade física da equipa africana pode ser um problema para Portugal
Ponto forte: intensidade física, sobretudo com o jogo partidoComo dita a tradição africana, o Gana é uma seleção de grande disponibilidade física, que coloca muita intensidade no jogo. Esse é um aspeto que pode ser fundamental, sobretudo se tivermos em conta as limitações físicas que a seleção portuguesa tem apresentado. A equipa das quinas terá de procurar gerir bem o ritmo, com o Gana a procurar partir o jogo, algo que lhe é sempre benéfico.
Ponto fraco: jogo sem asneiras não é jogo
O principal obstáculo de qualquer seleção africana é ela própria. E o Gana não é exceção. O principal ponto fraco é a tradicional tendência para cometer erros crassos e decisivos neste contexto de exigência. Por vezes parece que está tudo a correr bem e um momento de desconcentração deita tudo a perder.
Principal ameaça: Asamoah Gyan
Sem Muntari, castigado, a escolha recai em Asamoah Gyan. Já fora do futebol europeu (joga no Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos), embora tenha apenas 28 anos, o capitão ganês é um avançado com poder de fogo na área, dada a forma agressiva como ataca os lances e a luta que dá aos centrais, mas igualmente muito móvel, explorando muito bem os movimentos a pedir passes entre os centrais e os laterais.
Onze provável:
DAUDA:
HARRISON AFFUL:
BOYE:
JONATHAN MENSAH
ASAMOAH
RABIU
BADU:
ATSU
KEVIN-PRINCE BOATENG:
ANDRÉ AYEW
Outras opções:
Resumindo, são duas as principais dúvidas sobre o «onze» do Gana. Se a posição de médio ofensivo/segundo avançado fica entregue a Kevin-Prince Boateng ou Jordan Ayew
No que diz respeito a esta última questão o principal candidato será Badu, mas a escolha pode recair também em Essien
Wakaso Mubarak
O jovem Majeed Waris
Análise detalhada:
Ainda com possibilidades de chegar aos oitavos-de-final do Mundial2014 (reduzidas, mas ainda assim superiores a Portugal), o Gana tem apresentado um esquema de 4x2x3x1 fiel à tradição africana na atração pelo ritmo elevado e pelo jogo partido, mas também pelas habituais desconcentrações, sobretudo na retaguarda. Não só ao nível das marcações, como também na resistência a dar um «chutão» quando é preciso tirar a bola da zona de perigo.
Ainda assim é uma equipa com boa organização defensiva, como se viu no jogo com a Alemanha. É certo que o Gana sofreu dois golos, mas ainda assim conseguiu segurar a potência ofensiva germânica, garantindo um empate que deixa em aberto a possibilidade de apuramento.
A seleção africana fechou-se bem defensivamente, primeiro em 4x4x2 mas depois com Kevin-Prince-Boateng a recuar um pouco mais para o apoio a Muntari e Rabiu, assim que o selecionador Akwasi Appiah percebeu que o adversário estava a explorar o espaço entre linhas.
A defesa jogou também ligeiramente subida, de forma a criar um bloco mais compacto e tapar assim «buracos» entre setores. Na primeira linha defensiva notou-se uma tendência para «encaminhar» os adversários para os corredores laterais, e aí provocar o erro.
Ainda no que diz respeito à vertente defensiva, a seleção ganesa denota evidentes dificuldades no jogo aéreo, tendo em conta que dois dos quatro golos sofridos surgiram de canto, e um outro tento é consequência de um cruzamento da direita, ainda que num lance de bola corrida.
A exibição que o Gana conseguiu diante da Alemanha foi claramente superior ao que tinha apresentado frente aos Estados Unidos, na ronda inaugural. Perante um adversário bastante fechado, até pela vantagem no marcador conseguida logo no primeiro minuto, a seleção africana passou muito tempo no meio-campo ofensivo, mas apresentou um futebol algo lento e previsível.
O Gana ataca sobretudo pelo lado direito, sobretudo pela ação de Atsu, já referida, que recebe a bola junto à linha mas depois procura muito zonas interiores, onde tenta desequilibrar. Este movimento é complementado pelas subidas regulares do lateral desse lado, que aposta muito em cruzamentos. André Ayew, que joga no lado esquerdo do ataque, também procura muito zonas mais centrais, mas faz esse movimento sem bola, ao contrário de Atsu.