FC Porto supera Sporting e Benfica nos lances de bola parada

22 dez 2015, 21:41
FC Porto-Académica (Lusa)

Dragões apresentam maiores índices de aproveitamento, mesmo com oito golos leoninos a surgirem na sequência de grandes penalidades

O FC Porto ultrapassou o Sporting e ascendeu à liderança da Liga graças a um triunfo frente à Académica no Estádio do Dragão, por 3-1, aliado ao desaire dos leões na Madeira, frente ao União.

O triunfo portista passou pelas cabeças de Danilo Pereira e Aboubakar, demonstrando a capacidade de aproveitamento da equipa em lances de bola parada. De facto, analisando o desempenho dos três grandes na época 2015/16, é notória a importância desse tipo de situações no registo global do FC Porto.

Dos 47 golos marcados pela equipa de Julen Lopetegui em 23 jogos realizados até ao momento – em todas as competições -, 10 resultaram de lances de bola parada. Ou seja, um peso de 22,7 por cento.

O Sporting aproximam-se deste valor com 12 golos num total de 51, tendo disputado mais três jogos (26 no total). A média corresponde a 21 por cento. Porém, se excluirmos as grandes penalidades, esse valor decresce consideravelmente. Os leões já marcaram por 8 vezes na sequência de castigos máximos, sobrando 4 golos provenientes de cantos ou livres.

O Benfica tem igualmente menos jogos realizados que o Sporting (23 contra 26) e 8 golos de bola parada num total de 47. Média de 17 por cento. 3 deles resultantes de grandes penalidades convertidas por Jonas.

Excluindo os castigos máximos, acentua-se o domínio do FC Porto nas bolas paradas (9 golos em 44; 20,5%), com o Benfica a surgir na segunda posição desse ranking (5 golos em 47; 10,6%) e o Sporting a fechar o pódio (4 golos em 51; 7,8%).

As sessões de Lopetegui e o serviço de Layún para o jogo aéreo


Este desempenho do novo líder do campeonato não é fruto do acaso. Na presente temporada, Julen Lopetegui decidiu alterar o plano de trabalho e agendar uma sessão matinal no dia dos jogos onde há tempo reservado para o aperfeiçoamento de lances de bola parada.

O FC Porto teve grande aproveitamento até início de outubro, destacando-se os únicos dois livres diretos executados com sucesso até ao momento: ambos por Maicon. O brasileiro marcou ainda ao Chelsea, de cabeça, na sequência de um canto de Rúben Neves. Frente ao Belenenses, foi Layún a bater o canto e Marcano a desviar de cabeça.

O jogo aéreo tornou-se numa grande arma do atual dragão. Depois de um mês de novembro de nula produção, Danilo Pereira recorreu a esse expediente para fechar a contagem frente ao União, na Madeira, após livre cobrado por Layún. A mesma dupla entrou em ação no jogo mais recente, quebrando a resistência da Académica. Mais tarde seria Aboubakar, de novo com Layún ao serviço (quatro assistências de bola parada) a ampliar a vantagem.

No total, 10 golos de bola parada e apenas 1 de penálti, convertido pelo lateral mexicano. 2 livres diretos de Maicon, 1 golo de calcanhar de Marcano após canto de Rúben Neves e 6 golpes de cabeça: 1 de Maicon, 1 de Marcano, 2 de Danilo Pereira e 2 de Aboubakar. Layún é o principal assistente mas Rúben Neves também já deixou a sua marca e Sérgio Oliveira juntou-se ao grupo na visita ao Feirense, para a Taça de Portugal.



Da rotação nas grandes penalidades ao bloqueio de Esgaio


Em 26 jogos oficiais esta temporada, o Sporting fez 51 golos. Destes, 12 resultaram de lances de bola parada.

Considerando essa dúzia de lances de bola parada, apenas quatro não resultam de grandes penalidades, mas sim de cantos ou livres. O que equivale a apenas 7,8 por cento do total de golos marcados pela equipa de Jorge Jesus.

O primeiro aconteceu na goleada por 5-1 diante do Vitória de Guimarães, na jornada 7 da Liga, num remate de Adrien Silva, após toque de Jefferson, com a bola a embater ainda num defesa vimaranense antes de entrar. Seguiu-se a goleada ao Vilafranquense (0-4), para a Taça, com o lance do terceiro golo, apontado por Bruno Paulista, a resultar de um canto batido ao segundo poste por Aquilani. De seguida, nova goleada e mais um lance de bola parada, frente ao Skenderbeu (5-1) para a Liga Europa: Tobias Figueiredo de cabeça desviou para o golo um livre de Montero.

Ainda assim, o lance de laboratório mais badalado do Sporting aconteceu mais recentemente, diante do Moreirense (3-1), na jornada 13 da Liga. O golo de Gelson Martins que inaugura o marcador resulta de um livre de Bryan Ruiz, mas o lance motivou polémica, já que Ricardo Esgaio faz um bloqueio à barreira dos minhotos.

O Sporting tem o dobro de golos resultantes de grandes penalidades em relação aos que resultam do conjunto de livres e cantos. Ao todo são oito: sete convertidas de forma direta e uma falhada, mas que acabou por dar golo através de uma recarga.

Também aqui há um dado interessante. Se no FC Porto Lopetegui chegou a dizer que ninguém sabia quem era o marcador dos castigos máximos, perante a falta de lances de grande penalidade a favor dos dragões (entretanto, beneficiou de um convertido por Layún), no Sporting já houve várias grandes penalidades, no entanto, é o batedor que está sempre a mudar. Aquilani e Adrien converteram dois, William, Téo e Montero também converteram um, além de Slimani, que marcou na recarga após falhar um penálti.



Benfica conta com o peso de Jonas na área mas faltam ases pelos ares


O Benfica, por, chega a esta pausa natalícia com 8 golos de bola parada num total de 47, em 23 jogos realizados. Jonas marcou 5 deles.

O Maisfutebol
já apresentou nesta terça-feira um levantamento sobre a influência do avançado brasileiro no registo ofensivo dos encarnados na Liga
. A sua importância torna-se igualmente evidente no aproveitamento global do Benfica, tal como é possível verificar neste tipo de lances.

Antes de mais, Jonas é o marcador oficial de grandes penalidades e converteu as 3 assinaladas a favor dos encarnados até ao momento. Para além disso, surgiu na área em lances de bola parada para marcar a Galatasaray e Belenenses.

Nesta análise é curioso verificar que o Benfica chegou a apenas um golo de cabeça após cantos ou livres. Jardel foi a exceção à regra no duelo com o Vianense, para a Taça de Portugal, na sequência de um canto cobrado por Pizzi.

Dos 5 golos apontados pela equipa de Rui Vitória sem considerar as grandes penalidades, 4 foram obtidos com o pé em lances que envolveram pelo menos três jogadores. Frente ao Galatasaray, por exemplo, foi assim: livre de Gaitán para a área, Jardel a desviar de cabeça, Luisão a amortecer e Jonas a finalizar com o pé; mais tarde, um pontapé de canto de Nico Gaitán e a bola desviada por um defesa, Raúl Jiménez a levantar na insistência, Luisão e dominar e a marcar.

Ou seja, o Benfica tem presença na área mas não apresentou, até ao momento, os habituais ases pelos ares.

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