Candidato da AfD afasta-se após ter dito que "quem usou um uniforme das SS não é automaticamente um criminoso"

22 mai, 12:51
AfD (AP)

Foram declarações que levaram Marine Le Pen a cortar relações com este partido alemão de extrema-direita

O principal candidato do partido de extrema-direita alemão às eleições europeias afastou-se da campanha esta quarta-feira, para tentar acalmar as críticas após ter declarado que as pessoas que pertenceram às SS "não eram todas criminosas".
 
Num comunicado citado pela agência Reuters, Maximilian Krah adianta que não vai participar nas próximas ações de campanha e que se demitiu com efeitos imediatos da equipa dirigente do partido Alternativa para a Alemanha (AfD).

"As minhas declarações estão a ser utilizadas como pretexto para prejudicar o nosso partido. A última coisa de que precisamos neste momento é de um debate sobre mim. A AfD deve manter a sua unidade", afirma Krah.

Numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica, Krah afirmou assim: "Nunca direi que quem usou um uniforme das SS é automaticamente um criminoso. No final da guerra, havia quase um milhão de SS. Até [o prémio Nobel da Literatura social-democrata] Günter Grass pertenceu às Waffen-SS".

A direção do AfD, que chegou a ser o segundo partido mais popular da Alemanha, ainda não se pronunciou publicamente.

Esta decisão de Krah surge no momento em que a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, anunciou que o seu partido estava a fazer uma "rutura limpa" com a AfD, sugerindo que o partido alemão se tinha tornado um aliado demasiado tóxico antes das eleições europeias de junho.

Le Pen acusou ainda a AfD de não ter rumo e de estar ligada a elementos radicais. "Era urgente estabelecer um cordão sanitário. A AfD anda de provocação em provocação. Agora já não é altura de nos distanciarmos, é altura de romper com este movimento", afirmou Le Pen à rádio Europe 1.

Europa

Mais Europa

Patrocinados