Zelensky pressiona Aliança no meio da multidão: "A NATO dará segurança à Ucrânia. A Ucrânia tornará a NATO mais forte"

CNN Portugal , MJC
11 jul 2023, 18:24
Zelensky na Lituânia (AP)

Numa praça cheia, em Vilnius, na Lituânia, o presidente ucraniano voltou a apelar aos países da NATO para que aceitem a Ucrânia. Stoltenberg respondeu que a integração acontecerá “quando houver concordância” de todos os Estados-membros e "as condições estiverem reunidas”

"A NATO dará segurança à Ucrânia. A Ucrânia tornará a NATO mais forte", apelou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, perante uma multidão no centro de Vilnius, na Lituânia, num comício realizado à margem da cimeira da Aliança Atlântica. 

“Hoje embarquei numa viagem para cá [Vilnius] com fé nas decisões, com fé nos parceiros, com fé numa NATO forte. Numa NATO que não hesita, não perde tempo e não olha para trás a nenhum agressor… E gostaria que esta fé se tornasse confiança – confiança nas decisões que merecemos – todos nós merecemos, e cada guerreiro, cada cidadão, toda a mãe, toda a criança espera. E isso é esperar demais?", questionou. 

O presidente da Ucrânia apareceu de surpresa a discursar para milhares de pessoas na maior praça de Vilnius, pouco depois de chegar à Lituânia para participar na cimeira da NATO. Volodymyr Zelensky discursou em ucraniano, ladeado pelo presidente da Lituânia, Gitanas Nausėda, e foi aplaudido pela multidão, que entre bandeiras às costas ou empunhadas ao vento "pintou" a praça com as cores azul e amarela, da bandeira, e gritando "Glória à Ucrânia".

O presidente ucraniano considerou "absurdo" que a Ucrânia não tenha uma previsão temporal para a adesão à NATO durante a cimeira da Vilnius, depois de a Aliança dizer a Kiev que iria enviar uma "mensagem positiva" sobre esta questão. A Ucrânia quer ser integrada rapidamente na Aliança, com garantias de segurança. Mas as divisões entre os 31 membros da NATO levam a que não exista ainda uma data ou um convite formal para a integração da Ucrânia.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que Kiev iria receber mais ajuda militar e garantias de segurança, um alívio nas condições formais de adesão, bem como um novo formato de cooperação com a Aliança, o chamado Conselho NATO-Ucrânia.

Por outro lado, o secretário-geral da NATO afirmou que o convite para a Ucrânia aderir à NATO será feito “quando houver concordância” de todos os Estados-membros e "as condições estiverem reunidas”, e que nunca houve um calendário.

“Vamos convidar a Ucrânia [a aderir] quando os aliados concordarem e assim que as condições estiverem reunidas”, afirmou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa, no final do primeiro dia da Cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Vilnius, na Lituânia.

Respondendo a Zelensky, Stoltenberg rebateu que “nos outros processos de adesão nunca houve um calendário”: “Não é uma questão de calendário, é uma questão baseada em condições.”

Apesar de não ter um calendário ou um convite, a Ucrânia será dispensada de apresentar um Plano de Ação para Aderir (MAP), requerido pela organização a todos os países que querem integrá-la. “Isto vai alterar o caminho de adesão de um processo de duas etapas para uma etapa, mas quando as condições estiverem reunidas”, reforçou. E mesmo “uma etapa” não é sinónimo de uma adesão imediata, alertou Jens Stoltenberg.

O secretário-geral preferiu concentrar-se no “programa de assistência multianual para a transição da era soviética para os padrões” da Aliança Atlântica e através do “apoio prático” para reforçar “a interoperabilidade” entre as Forças Armadas da Ucrânia e os destacamentos ao serviço da NATO.

Tudo isto, advogou Stoltenberg, “vai aproximar a Ucrânia da NATO” e vai fazer avançar o processo de adesão, que ainda não tem data e que, explicou, não pode sequer ser equacionado enquanto prosseguir o conflito.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Mais Lidas

Patrocinados