Portugal reitera o seu apoio à adesão da Ucrânia à União Europeia e à NATO. Contudo, com a ressalva de que, na aliança militar, esse passo só pode ser dado "quando as condições o permitirem"
Volodymyr Zelensky e António Costa conversaram, este sábado, ao telefone para coordenar "as posições na véspera da Cimeira da NATO em Vilnius". O telefonema aconteceu enquanto o presidente ucraniano se encontra na Turquia e o primeiro-ministro português em Sintra, no Conselho de Ministros informal.
"Falei ao telefone com o primeiro-ministro de Portugal a partir da Turquia e coordenámos as nossas posições na véspera da Cimeira da NATO em Vilnius. Sublinhei a importância da posição decisiva da Aliança relativamente à futura adesão da Ucrânia e agradeci a avaliação positiva da implementação das recomendações da Comissão Europeia por parte da Ucrânia. Esperamos iniciar as negociações sobre a adesão de Ucrânia à União Europeia até ao final do ano", escreve o presidente ucraniano.
Zelensky diz ainda que agradeceu a António Costa "a disponibilidade de Portugal para participar concretamente na implementação de três pontos da Fórmula de Paz ucraniana - segurança alimentar e energética e ecocídio".
Had a phone talk with the Prime Minister of Portugal @antoniocostapm from Türkiye.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) July 8, 2023
Coordinated our positions on the eve of the @NATO Vilnius summit.
I emphasized the importance of the Alliance's decisive position regarding 🇺🇦 future membership and thanked for the positive…
Também António Costa assinalou o telefonema com Zelensky, revelando que o mesmo aconteceu "no dia em que atingimos a triste marca de 500 dias desde o início da guerra lançada pela Rússia contra a Ucrânia".
"Portugal tem apoiado a Ucrânia no exercício do seu direito de se defender desta agressão brutal e injustificada desde o primeiro dia e continuará a fazê-lo enquanto for necessário. Reafirmámos este compromisso na Declaração Conjunta que adoptámos durante a nossa conversa telefónica"
#Portugal has supported #Ukraine in exercising its right to defend itself from this brutal and unjustified aggression from day one and will continue to do so for as long as necessary. We reaffirmed this commitment in the Joint Declaration we adopted during our phone conversation. pic.twitter.com/xeHlN9H6B4
— António Costa (@antoniocostapm) July 8, 2023
Após o contacto telefónico e as respetivas publicações dos dois líderes nas redes sociais, foi divulgada uma declaração conjunta de Portugal e Ucrânia, onde é condenada a invasão russa e reforçado o apoio nacional ao país invadido.
“A República Portuguesa mantém-se firme no seu compromisso para com a Ucrânia no que respeita à sua independência, soberania e integridade territorial dentro das fronteiras reconhecidas”, lê-se no documento.
Na véspera da Cimeira da NATO, em Vilnius, é também abordada a integração da Ucrânia na aliança militar. Portugal, neste matéria, é contido quanto ao pedido de adesão rápida pedido por Zelensky. “A República Portuguesa continuará a apoiar a Ucrânia no seu caminho para a futura adesão” “quando as condições permitirem”, lê-se.
Já sobre a integração na União Europeia, a posição é mais categórica: “O futuro da Ucrânia e do seu povo está na família europeia”.