Putin pede a Quirguistão e Tajiquistão que evitem "nova escalada" de violência

Agência Lusa , CE
18 set 2022, 14:11
Vladimir Putin celebra o dia da Marinha em São Petersburgo (EPA/ANATOLY MALTSEV)

Moscovo desempenha historicamente um papel de árbitro entre estes dois países

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu este domingo que aos homólogos do Quirguistão e Tajiquistão reduzam a escalada de violência entre as duas ex-repúblicas soviéticas na Ásia Central, que já provocou 36 mortos.

Através de telefonemas, Vladimir Putin, pediu aos presidentes quirguize Sadyr Japarov e ao tajique Emomali Rakhmon para evitar novos confrontos nesses países onde Moscovo historicamente desempenha o papel de árbitro.

"Vladimir Putin pediu às partes que evitem uma nova escalada e tomem medidas para resolver a situação o mais rápido possível, e isso apenas por meios pacíficos e político diplomáticos", disse Putin, segundo um comunicado do Kremlim.

O Quirguistão avançou hoje que 36 dos seus cidadãos foram mortos em confrontos fronteiriços esta semana com o Tajiquistão, quando anteriormente eram dados como mortos 24 pessoas.

Em comunicado à imprensa, o Ministério da Saúde do Quirguistão anunciou a morte de mais 11 pessoas na região de Batken, localizada no sudoeste do Quirguistão e na fronteira com o Tajiquistão, enquanto 139 ficaram feridas.

Diante dessa violência, a pior desde abril de 2021, os dois países concordaram, na sexta-feira, com um cessar-fogo, mas depois acusaram-se de o terem violado em várias ocasiões.

No entanto, a situação parecia estabilizar-se no domingo.

O Comité Estadual de Segurança Nacional do Quirguistão disse hoje que às 14:00 locais (10:00 em Lisboa) a situação na fronteira "permanecia calma, com tendência a se estabilizar".

"Na linha de fronteira, não foram relatadas tentativas de escalada ou tiroteio. As partes mantêm o seu acordo para um cessar-fogo e a retirada das forças envolvidas, o trabalho continua nesse sentido", acrescentou a fonte.

No sábado, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, ligou por telefone para funcionários de ambos os lados "para promover o diálogo para um cessar-fogo duradouro", disse um porta-voz da ONU.

Também no sábado, o Ministério do Interior do Tajiquistão disse que civis tinham sido mortos durante a violação do cessar-fogo, sem especificar o número desde então.

O tiroteio entre os dois países no início desta semana já havia causado a morte de dois guardas fronteiriços tajiques e feridos.

A fronteira entre o Tajiquistão e o Quirguistão é palco de combates regulares. Quase metade dos 970 quilómetros de fronteira comum foi contestada desde o desmembramento da URSS, num cenário de tensões pelo acesso a recursos.

Em abril de 2021, um escalar de violência matou mais de 50 pessoas e levantou temores de um conflito em maior escala.

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