André Gomes e voilá: um golo em português
Figura: André Gomes
Quase todas as bolas do Benfica passava pelos pés dele, o que é uma prova cabal de como André Gomes influenciou o jogo. Nem todas as deciões foram precisas, mas a melhor parte delas foram boas. Estava por isso a fazer uma exibição agradável, sempre no centro do jogo, quando combinou com Cardozo, entrou na área e rematou para o primeiro golo português deste novo campeão.
Positivo: Pedro Tiba
Uma exibição de encher o olho de um médio que esta época tem dado muito nas vistas: ainda por cima uma exibição de encher o olho no Estádio da Luz. Segurou a bola, serviu os colegas, soube sair para o ataque, recuperou bolas, enfim, deu nas vistas no meio campo. Depois disso ainda cruzou de letra para um remate de Paulo Tavares à trave e sofreu a grande penalidade do empate.
Negativo: Djuricic
Deve ser um exemplo de como o cerébro humano pode ser tramado: quando chegou da Holanda era só elogios a um talento entusiasmante, num ano de Benfica nunca conseguiu provar o que vale. Parece hesitante, temeroso e pouco confiante. Faltam-lhe enfim jogos: jogos bons e moralizantes. Até porque bons pés, ele tem. Esta tarde saiu ao intervalo e o Benfica melhorou bastante sem ele.
OUTROS DESTAQUES:
Salvio
Deu o toque de extravância ao jogo, quase sempre através de velocidade e sobretudo pela ala direita. Atirou às malhas laterais depois de boa jogada individual, cruzou para Luisão cabecear com perigo e sobretudo deu profundidade ao futebol: uma coisa que este domingo ele teve muito pouco.
Luisão
Aos 33 anos parece um miúdo de 17 deslumbrado: para ele não há jogos menos importantes. Por isso, e para sintetizar tudo numa frase, foi o que sempre é: um líder, atento e esforçado. Ocupou os espaços, deu ordens, pressionou adversários. Pelo meio ainda ameaçou marcar de cabeça.
Paulo Lopes
O Benfica tem mais um campeão: Paulo Lopes estreou-se e já pode juntar um título nacional no currículo. Se calhar por isso, logo no primeiro minuto, quando recebeu uma bola fácil, o estádio lhe tributou um forte aplauso. Sem culpas no golo de penálti, defendeu o que era para defender.
Zequinha
Foi o mais rematador do V. Setúbal, o que já é alguma coisa mas não é tudo: sobretudo porque nem sempre os remates provocaram ocasiões de perigo. Irrequieto e tranquina, notou-se que queria mostrar-se, aqui e ali abusou de algum individualismo, mas pelo menos agitou o ataque sadino.
