V. Setúbal-Sp. Braga, 2-2 (crónica)

19 mai 2003, 23:50

História de uma época num jogo A história de uma época em 90 minutos. O V. Setúbal está na II Liga. Os erros pertencem ao árbitro.

Está confirmado matematicamente o que há muito já foi anunciado. O V. Setúbal está na II Liga, depois de ter empatado esta segunda-feira no Bonfim com o Sp. Braga (2-2). No mesmo sítio que durante a época foi palmilhando a caminhada para o segundo escalão, não conseguindo ganhar em casa, acabou por carimbar o passaporte já há muito entregue em mão.

O drama que a equipa sadina viveu durante a época, ou em praticamente todos os jogos que realizou no Bonfim, marcou presença no final de uma partida que não foi mais que o espelho de uma temporada coberta de erros. Falhas técnicas que os responsáveis sadinos sempre encobriram com erros de outros. O V. Setúbal teve o jogo desta noite na mão, mas deixou-o escapar. O castigo foi o mais pesado de todos, a descida à II Liga.

Bancada de alegria

Não é que houvesse já muita esperança, mas alguma ainda persistia, pelo menos nos mais crentes. A esperança aumentou com os minutos iniciais do V. Setúbal. Jogo fluído, com um ataque a toda a largura do terreno, com homens móveis. A equipa jogou inspirada e marcou cedo. O Sp. Braga não percebeu bem o esquema de jogo de Carlos Cardoso e abriu. Jorginho aproveitou e marcou.

Os primeiros 45 minutos foram do V. Setúbal. Sem contestação. O Sp. Braga pareceu demasiado amarrado e a tentar entender a movimentação sadina. Da pressão sufocante surgiu o segundo do Vitória. Artur Jorge viu Meyong em local proibido, à sua frente a olhar para a baliza e com a bola, e virou-se tão depressa como agarrou o avançado. Sem problemas o 2-0 estava feito, a festa fazia-se a verde no Bonfim.

Bancada de tristeza

Antes do intervalo, o Sp. Braga ganhou moral, o V. Setúbal descansou. Apanhou alguns sustos, mas Olegário Benquerença apitou rapidamente para o final. «Uff», disseram os adeptos sadinos. No regresso, tudo na mesma. A formação da casa ganhou controlo a meio-campo, Jorginho «abriu o livro», e o golo muito perto, mas sem aparecer. Jesualdo Ferreira no banco achou que estava a perder na linha média, e em tempo útil fez alterações. Cardoso gostou do jogo a aplicou a velha máxima: «Em equipa que ganha, não se mexe». Mas a máxima foi mínima, e o jogo virou.

Abiodum ganhou pela esquerda, Barroso meteu ordem no meio. Em poucos minutos, o V. Setúbal deixou de jogar e passou a ver jogar. O Sp. Braga foi ganhando terreno e um lance infeliz de Carlos, que cometeu fez falta sobre Henrique na grande área, foi o início do fim para o Vitória. Barroso ganhou inspiração numa grande penalidade marcada só em força e tentou usar a força de fora da grande área. Um grande remate, uma grande estirada de Marco Tábuas e a bola a silenciar o Estádio do Bonfim. Afinal, foi só o último momento de silêncio em bancadas cansadas de gritos mudos. O Sp. Braga ganhou um balão de oxigénio para as duas jornadas que faltam.

No final do jogo ouviram-se criticas sadinas aos árbitros. Não terá sido esta a história de uma época?

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