Boavista-V. Guimarães, 4-1 (destaques)

14 nov 2000, 23:40

Quebra-cabeças chamado Silva Silva, avançado do Boavista, assumiu protagonismo, levando os defesas de papel à histeria. O brasileiro marcou um golo e foi um quebra-cabeças para o sector mais recuado do Guimarães. Martelinho e Rui Óscar também deram nas vistas e o meio-campo axadrezado soube sufocar o adversário que nunca chegou a respirar.

Silva

Se os jogadores fossem máquinas, teríamos de colocar uma questão: qual é o combustível que alimenta Silva? O avançado do Boavista foi um quebra-cabeças para a defesa do Guimarães, levando os adversários à loucura. Em dribles curtos e bem elaborados, quase programados por computador, destroçou as pernas que lhe apareceram pela frente, sempre com imaginação para desenhar nova finta e outro arranque rumo à baliza. O brasileiro inaugurou o marcador e teve participação directa no segundo golo. Em grande forma, apenas foi substituído porque os axadrezados ficaram reduzidos a dez elementos. Simplesmente brilhante. 

Meio-campo

Quem olhar com atenção para o meio-campo do Boavista depressa fica cansado. O ritmo imprimido por Petit, Pedro Santos e Geraldo esgotam os espectadores, mas também deliciam, graças à simplicidade de processos. Vamos por partes. As ausências de Sanchez e de Rui Bento não condicionaram a estratégia, porque os substitutos estiveram à altura. Petit encheu o campo e viu um cartão amarelo discutível. Foi expulso, mas a sua exibição tem de ser sublinhada; Geraldo foi a lebre que ajudou a desgastar o adversário até ao último suspiro; Pedro Santos limitou-se a ser ele próprio. Discreto e eficaz roubou bolas, desencantou passes e marcou o segundo golo. Está tudo dito. 

Ala direita

O corredor direito do Boavista parecia uma auto-estrada, em que a velocidade mínima era forçosamente evitada. As ordens eram claras: correr até à última gota de suor, enfim, até ao suspiro final. Rui Óscar e Martelinho interpretaram bem a mensagem e fizeram trinta por uma linha a Rogério Matias. O primeiro não se intimidou em subir no terreno e efectuou uma mão-cheia de cruzamentos para o eixo da defesa vimaranense. Martelinho foi uma seta acutilante com o mérito de ter arquitectado a jogada que deu origem ao terceiro golo: roubou a bola a Rogério Matias, correu como um desalmado e assistiu Jorge Couto. 

Defesa de papel

As defesas nem sempre são construídas em betão. Muitas vezes, assemelham-se a papel fino, que se amarrota com a água. Mas hoje não choveu no Estádio do Bessa, por isso a desculpa deve ser evitada. O sector mais recuado do Guimarães foi uma autêntica colagem de papéis amachucados, que cedeu à pressão máxima dos avançados. O que se passou? Não há palavras. Márcio Theodoro ficou de fora, por lesão, mas este parêntesis é inútil para explicar a questão. Abel nem sempre defendia; Rogério Matias, com culpas claras no terceiro golo, abriu linha verde para Martelinho; Auri e Paulão preocuparam-se com tudo, menos com Silva. Será que estes vocábulos chegam?

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