V. Guimarães-Casa Pia, 0-1 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio D. Afosno Henriques
29 ago 2022, 21:04

Gansos embalam para a segunda no berço

Num jogo histórico, o primeiro de sempre entre Vitória de Guimarães e Casa Pia a contar para o principal escalão do futebol português, o triunfo sorriu aos gansos. Um golo madrugador – logo aos sete minutos – do japonês Kunimoto embala o Casa Pia para o segundo triunfo consecutivo, impondo o cenário inverso aos vimaranenses, que perderam pela segunda ronda consecutiva.

A defender com uma linha de cinco elementos, o Casa Pia foi competente nas tarefas defensivas frente a um Vitória desisnpirado, e em contragolpe teve astúcia para construir os principais lances ofensivos do encontro. Num desses lances o nipónico da equipa lisboeta abanou as redes de Bruno Varela e amealhou desde logo os três pontos.

Após um arranque de temporada em que até foi deixando boas indicações, o Vitória claudicou nos últimos dois encontros e saiu assobiado do D. Afonso Henriques. Pelo resultado, em grande parte, mas também muito devido à prestação pálida.

Uma entrada prometedora com um remate perigoso logo nos instantes iniciais de Anderson Silva, até deixava antever um Vitória em que não se notaria a convalescença da perda de André Almeida e das lesões de André Silva e Bruno Gaspar. Depois de ameaçar tremer, o Casa Pia rapidamente se recompôs, percebeu as fragilidade do seu adversário e esperou pelo erro para rapidamente lançar contragolpes venenosos.

Taira rematou com estrondo à barra ao minuto seis, para no minuto seguinte Kunimoto bater Bruno Varela. Afonso Freitas, que se estreou na equipa principal, perdeu a bola para Godwin, que rapidamente entregou a bola a Rafael Martins para o atacante isolar o japonês. De pé esquerdo, o jogador nipónico abriu o ativo. Um golo que acabaria por valer os três pontos.

Com várias brechas na defesa e pouco acutilante no meio campo, tendo a sua iniciativa entregue exclusivamente às ações de Anderson Silva – que até marcou, mas estava em posição irregular -, o Vitória lutou contra si mesmo, contra a falta de identidade que ia tornando a equipa permeável e sem ideias.

Confortável, o Casa Pia dominou as incidências, não permitiu grandes lances de perigo e arquitetou ainda uma mão cheias de ataque que causaram calafrios ao D. Afonso Henriques. André André e Nelson da Luz foram apostas de Moreno ao intervalo para tentar mexer com o jogo. A realidade é que o Vitória melhorou, teve mais ímpeto, mas faltou criatividade, rasgos a queimar linhas e capacidade para criar mossa. Os segundos quarenta e cinco minutos foram praticamente de sentido único, mas sem lances de verdadeiro perigo.

De quando em vez os vimaranenses empolgaram-se, aproximaram-se da área, ganhavam um canto aqui e uma falta acolá, mas sempre com o tal ímpeto e sem atributos técnicos para conseguir um Casa Pia conformado, mas sempre focado nas tarefas defensivas.

O evoluir do cronómetro encurtou o espaço de jogo e a margem de manobra do Vitória; recuaram os gansos remetendo-se a tarefas defensivas, fechando a baliza sem sobressaltos. Sem capacidade para fazer a diferença, o Vitória acabou o jogo por cima no terreno de jogo, mas nunca se conseguiu encontrar verdadeiramente.

Triunfo saboroso para o Casa Pia, o segundo consecutivo. Cenário completamente antagónico ao que se vive em Guimarães, que averbou a segunda derrota consecutiva.

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