Pedro Mendes e Fernando Meira em encontro particular

18 nov 2000, 16:08

Guimarães-Benfica reúne amigos O Guimarães-Benfica desta noite vai reunir Pedro Mendes e Fernando Meira, amigos de longa data que aprenderam a jogar futebol no clube minhoto.

São amigos de infância. O destino quis que se reencontrassem hoje pela primeira vez. Em áreas opostas. Falamos de Fernando Meira (Benfica) e Pedro Mendes (Guimarães). Dois jogadores que beberam os primeiros ensinamentos futebolísticos na escola vitoriana. Disputaram inúmeros jogos com a mesma camisola, com a mesma garra, num sentido único. Agora, obrigatoriamente, a história vai mudar. 

Pedro Mendes e Fernando Meira são produto da mesma escola. Cumprido o período de formação, Meira integrou pela primeira vez o plantel sénior em 95/96, ainda que Jaime Pacheco, técnico da altura, não apostasse muito nele. Seguiram-se três anos algo sabáticos. Em 98/99 foi convidado a adquirir o «polimento» final, tendo sido emprestado ao Felgueiras (II Liga), ano em que Pedro Mendes iniciava a sua carreira como sénior. Afirmaram-se em Felgueiras. Brilharam tanto que na época seguinte regressaram à casa-mãe, integrando o plantel sénior do Guimarães. Quinito liderava então os minhotos (1999/2000), e apostava em Fernando Meira para jogar a defesa-central. Esta nova função não agradava ao jogador que preferia sair, mas Quinito tinha um trunfo capaz de o seduzir: a braçadeira de capitão. Era preta e assentava bem sobre aquele branco. Claro que o convenceu. Aos 21 anos, o actual jogador do Benfica era capitão do emblema vitoriano.  

Pedro Mendes, entretanto, resgatava um lugar sólido dentro do plantel e Meira, no final da época, dava o salto e saía de Guimarães de forma atribulada, ingressando posteriormente no Benfica. 

Pedro Mendes: «Reencontro saudável» 

Hoje, ao princípio da noite, defrontar-se-ão pela primeira vez, serão opositores e lutarão pela vitória das suas equipas, na cidade natural de ambos, no berço de Portugal. D. Afonso e D. Águia, num embate para sacudir a pressão dos maus resultados. «Será um reencontro saudável», diz Pedro Mendes, mostrando-se bastante contente «por ver o amigo a jogar no Benfica». Confessa que «nunca o imaginou de águia ao peito», mas, como «optou por Portugal», deseja-lhe «muita sorte». 

Por entre um largo sorriso, deseja-lhe «azar momentâneo», pois sabe que Meira quer brilhar neste regresso a Guimarães. «Que não consiga levar as suas ideias avante», defende, acrescentando que «vai estar um grande amigo do outro lado», mas durante os 90 minutos essa amizade ficará «à margem». Assegura que «no final ou antes do jogo irão conviver novamente».  

Pedro Mendes fala de seguida da sua equipa. De um Vitória de «extremos», capaz de passar do «oito para o 80». A derrota no Bessa derivou de «faltas de concentração que resultaram em golo». Agora segue-se o Benfica e há que «limpar a imagem», apesar de considerar «a margem de recuperação curta para o ambiente pesado derivado da derrota com o Boavista». 

«Os erros foram memorizados para não serem repetidos», atesta, mas a «ansiedade está presente. Queremos fazer um grande jogo e pedir desculpa aos sócios», sublinha. Pedro Mendes acredita que a massa associativa «estará lá», no estádio, porque «é fiel e dá apoio quando é preciso, mas criticam quando há que criticar». «Compreendo perfeitamente», diz. 

Sobre o encontro com o Benfica, considera tratar-se de um «jogo difícil contra uma grande equipa. Não está a fazer um bom campeonato, mas quer conquistar os pontos que tem perdido. Vai ser um jogo equilibrado». Acredita que «o Benfica tem jogadores que podem desequilibrar uma partida», mas não pestaneja quando afirma que «têm mais individualidades do que o Boavista, mas tem um colectivo menos forte em termos de agressividade e vontade de lutar».  

O médio internacional vitoriano dá a formula para o jogo com os encarnados: «Temos de ser uma equipa aguerrida, com mais vontade, com mais querer, para tentarmos ganhar. Não será possível se não adoptarmos uma atitude de grande profissionalismo e vontade». «A equipa tem de sair de cabeça levantada no final do jogo com o Benfica», garantiu ainda Pedro Mendes, depois da «tristeza e vergonha passada no Bessa». Crê que uma vitória sobre o Benfica trará «alento e moral», capaz de «relançar a equipa para o resto do campeonato», mas se perderem, adianta que não poderão «baixar a cabeça».

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