Segundo a equipa de investigação, os resultados obtidos “têm implicações significativas tanto no diagnóstico quanto no tratamento da doença.
A Universidade de Aveiro anunciou esta terça-feira uma descoberta relacionada com uma enzima responsável por alterações químicas em moléculas de ácido ribonucleico transportador (tRNA), que “abre caminho a novos diagnósticos e tratamentos da doença de Alzheimer”.
“Conseguir um diagnóstico mais precoce da Doença de Alzheimer (DA) e, ao mesmo tempo, uma possível alternativa terapêutica para esta demência, são os principais e promissores resultados da descoberta”, refere uma nota de imprensa.
O trabalho de uma equipa de investigadoras da Universidade de Aveiro (UA) centrou-se no estudo das modificações químicas em moléculas de um tipo específico de ácido ribonucleico de transferência, “essencial para a síntese de proteínas”.
“Descobrimos que a expressão de uma enzima chamada ELP3, responsável por fazer alterações químicas específicas em moléculas de tRNA, se encontra reduzida no cérebro de pacientes com Alzheimer, assim como em modelos animais e celulares da doença”, explicam as investigadoras.
“Esta redução da expressão da enzima leva a uma redução no nível das modificações químicas que esta enzima cataliza em tRNAs específicos e provoca, consequentemente, problemas na produção de proteínas”, acrescentam.
Verificaram ainda que, “aumentando os níveis de tRNAs afetados pela diminuição da ELP3 é possível restaurar a produção normal de proteínas em células neuronais”.
“Estes resultados sugerem que as modificações nos tRNAs podem desempenhar um papel importante na progressão da DA, abrindo novas possibilidades de abordagens de diagnóstico e terapêutica para esta condição neurodegenerativa devastadora”, concluem.
Segundo a equipa de investigação, os resultados obtidos “têm implicações significativas tanto no diagnóstico quanto no tratamento da doença.
O trabalho, liderado por Ana Raquel Soares, contou com a participação das cientistas Marisa Pereira, Diana Ribeiro, com a colaboração da Universidade de Frankfurt (Alemanha), da Universidade de Stanford (USA) e da Universidade de Indiana (USA).
No seguimento da investigação, a equipa recebeu o reconhecimento significativo pela Alzheimer's Association que atribuiu financiamento ao projeto AD-EpiMark para prosseguir com a investigação, contribuindo para o desenvolvimento de novas terapias e ferramentas de diagnóstico.